O comitê de Geraldo Alckmin (PSDB) se transformou num Minipalácio dos Bandeirantes. O coordenador da campanha é Edson Aparecido, que até pouco tempo atrás dava expediente na Casa Civil do governo, no palácio original, que é sede da administração paulista. O chefe de imprensa é Marcio Aith, que até semana passada respondia pela comunicação da gestão. E o responsável pelo programa de abastecimento d’água, um dos principais temas da campanha, é Mauro Arce, que não vai nem deixar o cargo público – permanecerá como secretário de Recursos Hídricos.

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Como vai permanecer no cargo, Arce vai trabalhar na campanha somente fora do horário de expediente. A garantia foi dada também pelo coordenador-geral do programa de governo, deputado Emanuel Fernandes, que disse que as reuniões do grupo acontecerão somente na parte da noite.

Dos três principais setores da campanha – o político, a comunicação e o marketing – apenas esse último não foi ocupado por gente do Palácio dos Bandeirantes. O marqueteiro escolhido por Alckmin é Nelson Biondi.

A configuração escolhida por Alckmin na montagem de seu time para a disputa estadual ignora o próprio partido do qual faz parte. Nem mesmo o presidente do PSDB paulista, deputado Duarte Nogueira, foi chamado para integrar o núcleo duro da campanha do governador à reeleição. Duarte concentrará esforços para se reeleger deputado, bem como se empenhar na campanha presidencial de Aécio Neves.

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Para evitar futuros atritos, Alckmin criou um conselho político, que não participará das decisões centrais da campanha, no qual acomodará o PSDB e os partidos da chapa. O grupo vai se reunir uma vez por semana no comitê tucano, localizado na zona sul de São Paulo. Duarte será o representante da sigla tucana nesse conselho.

Lá e cá

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A estratégia de Alckmin em focar suas agendas em compromissos de governo, como ir a vistorias de obras, tem sido bem avaliada por sua equipe, ainda mais após o resultado da mais recente pesquisa Datafolha, em que ele aparece na liderança, com 54% das intenções de voto.

A previsão é de que Alckmin mantenha a toada pelo menos até o dia 19 de agosto, quando começa o horário eleitoral na TV e no rádio. Segundo avaliação interna da campanha do governador, a postura de Alckmin – de se dedicar mais aos compromissos oficiais – faz com que ele se distancie de eventuais embates partidários e, ao mesmo tempo, mantenha sua visibilidade.

A linha estratégica adotada por Alckmin não prevê o engajamento do tucano no projeto presidencial de Aécio. O senador mineiro, por outro lado, chegou a escalar o vereador Andrea Matarazzo e o ex-governador Alberto Goldman para conseguir casar as agendas com as de Alckmin no principal colégio eleitoral do País. Aliados de José Serra, Matarazzo e Goldman também têm bom trânsito no Palácio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.