Depois de declarações contraditórias durante depoimentos prestados ao Congresso na semana passada, a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional chamou novamente à comissão o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Félix, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, o diretor-geral afastado da Agência Brasileira de Informações (Abin), Paulo Lacerda, e o diretor afastado de Contra-Inteligência da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto. Eles serão ouvidos pela comissão na próxima quarta-feira (17).
Paulo Fortunato revelou – em depoimento, na semana passada, à CPI da Câmara que analisa as escutas telefônicas clandestinas – que 52 agentes da Abin trabalharam na Operação Satiagraha, comandada pelo delegado da PF Protógenes Queiroz.
A CPI dos grampos da Câmara espera nessa quarta-feira a presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O depoimento inicial do ministro seria na semana passada, mas acabou adiado para esta semana por orientação do governo, que procura esfriar o assunto dos grampos.
Além da declaração de que a Abin teria malas de escuta telefônica, assunto inicial do convite da comissão, o ministro Jobim deverá falar na CPI sobre a revelação publicada na revista “Época” desta semana, de que serviços secretos das Forças Armadas ajudaram a PF na investigação da Satiagraha.