Comissão vê privilégios oferecidos a montadoras

Através da análise de documentação do FDE – Fundo de Desenvolvimento Econômico, gerido pelo Banestado, a CPI do Banestado na Assembléia Legislativa levantou os valores que foram investidos para a implantação no Paraná das duas montadoras multinacionais, a Renault e a Audi-Volkswagen.

Ao emprestar à montadora Volkswagen do Brasil R$ 136 milhões, para pagamento em parcela única após 26 anos e no valor nominal, ou seja, sem juros, correções ou encargos, o governo transferiu recursos públicos à iniciativa privada. O processo de injeção de recursos na Renault do Brasil foi diferenciado. O governo fez a aquisição de 40% das ações da empresa, ao valor de R$ 136 milhões. A concessão direta aconteceu com o empréstimo de R$ 8,77 milhões, para pagamento em parcela única após 10 anos, também com juro zero e ausência de correção ou encargos.

O FDE, fundo através do qual foram realizadas as aplicações, comprometeu-se a não alienar a participação societária por um período de onze anos. Qualquer negociação, mesmo após o término desse prazo, só poderá ser realizada com a autorização da Renault, que tem o direito de preferência para a aquisição das ações.

A CPI vai oficiar à Secretaria da Fazenda para saber qual é o valor atual das ações da Renault, os 40% de posse do Estado. Informações não oficiais dão conta que o valor se aproxima de zero. Finalmente, Beraldin destacou que “as montadoras são bem-vindas, mas houve exagero de investimentos públicos, tendo em vista também o prazo de carência e a isenção de impostos”.

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