A comissão de inquérito que decidirá pelo encaminhamento ao plenário ou não do pedido de suspensão por até 90 dias do presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso, está inclinada a aprovar o afastamento do tucano. De acordo com a vereadora Noêmia Rocha (PMDB), uma das integrantes da Comissão, há um consenso sobre a suspensão, mas ainda não se tem um acordo sobre o período a ser recomendado.
Os três integrantes da Comissão, Noêmia, Valdemir Soares (PRB) e Dirceu Moreira (PSL) marcaram para o próximo dia 11 a reunião que irá analisar a defesa por escrito de Derosso e decidir pela procedência do relatório Jorge Yamawaki (PSDB) ou por seu arquivamento. O vereador Valdemir Soares afirmou que o grupo busca um consenso. “Estamos discutindo para que a votação seja unânime. É bem provável que haja um punição, que pode ser de trinta, sessenta ou noventa dias”, comentou. Mas observou que a Comissão está conversando com as lideranças dos partidos para evitar surpresas na análise do assunto em plenário. “Não adianta o Conselho aprovar a punição e o plenário derrubar”, comentou.
A comissão estava no aguardo da definição sobre a permanência de Dirceu Moreira no Conselho. Suplente do Conselho, Moreira entrou no lugar de Zezinho do Sabará, que pediu afastamento do Conselho alegando questões médicas. O vereador, no entanto, disse que também poderia se licenciar do cargo por conta de uma possível cirurgia ortopédica a que se submeteria. “Mas não foi necessária a operação. Estamos firmes e vamos cumprir com nossa obrigação”, disse Moreira, que além de membro da comissão processante, é relator da denúncia sobre o jornal Câmara em Ação. “Entrego meu relatório no dia 16”, disse.
Já a CPI para analisar todas as denúncias contra o presidente da Câmara visitou, nesta segunda-feira, a comissão de licitações da Casa. “Eles explicaram página por página do processo licitatório, para que não pairem dúvidas”, disse o presidente da CPI, Emerson Prado (PSDB). “Foi uma reunião formal, sem tempo para análise profunda dos documentos. Já requisitamos cópias de tudo”, disse Pedro Paulo (PT).
A CPI volta a se reunir na manhã de quarta-feira, mas nenhum depoimento está marcado. “Vamos deliberar sobre os requerimentos, tratar dos próximos passos da CPI”, disse Prado. “Vamos requerer a nulidade da sessão fechada. Também vamos pedir a convocação dos gestores desses contratos, embora nem saibamos quem são. Também vamos pedir todas as notas e chamar os proprietários das duas agências”, antecipou Pedro Paulo.