Os deputados Valdir Rossoni (PSDB) e Plauto Miró Guimarães Filho (DEM) ainda não se deram por vencidos pela decisão da mesa executiva de negar a autorização para formalizar uma comissão especial para apurar a participação do secretário da Comunicação, Airton Pisseti, na campanha presidencial paraguaia. Eles vão se reunir com outros deputados de oposição na próxima segunda-feira, dia 25, para discutir a possibilidade de reapresentar o requerimento criando a comissão para investigar o secretário.
Rossoni disse que havia desistido de apresentar a proposta em plenário porque o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), disse que era desnecessário oficializar o pedido. ?Agora, vamos consultar os outros deputados?, afirmou Rossoni, que irritou-se com a posição da mesa.
Ontem, o presidente da Assembléia justificou que a decisão, tomada na terça-feira passada, não foi comunicada a Rossoni porque o deputado tucano estava viajando. Rossoni estava em Brasília participando de uma reunião nacional do PSDB e Justus embarcou à tarde do mesmo dia para o Rio de Janeiro, onde acompanhou o governador Roberto Requião (PMDB) em um encontro com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. A informação sobre a recusa foi dada pelo 2.º vice-presidente da mesa, deputado Augustinho Zucchi (PDT).
Para o líder da bancada de oposição, os dados apresentados ontem pelo deputado Jocelito Canto (PTB) sobre as datas das viagens de Pisseti ao Paraguai (veja matéria na página 6) reforçam a necessidade da criação da comissão e da ida dos deputados ao Paraguai para confirmar as informações do petebista. Jocelito não apresentou os documentos que comprovariam que as visitas de Pisseti ao Paraguai se deram nos dias indicados por ele, em discurso na tribuna. ?Se isso for confirmado, está provado que ele (Pisseti) prestava serviços no Paraguai quando deveria estar trabalhando?, comentou o deputado.
O líder da oposição aguarda a resposta da Casa Civil ao pedido de informações sobre as datas dos deslocamentos de Pisseti. A oposição quer conferir se o secretário foi mesmo em caráter pessoal e no seu tempo livre participar da campanha. A base do requerimento da oposição é uma reportagem da revista Isto É, acusando o governo do Estado de agir junto com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para ajudar o candidato a presidente, Fernando Lugo, na campanha eleitoral.