Quatro militares acusados da tortura e morte do dirigente comunista Mário Alves, em 1970, no DOI-Codi do Rio, serão ouvidos nesta quarta-feira, 14, por integrantes das Comissões Nacional e Estadual da Verdade, na Assembleia Legislativa. Os ex-tenentes do Exército Luiz Mário Correia Lima, Roberto Duque Estrada e Dulene Garcez e o ex-major do Corpo de Bombeiros Valter da Costa Jacarandá foram intimados pela Polícia Federal.

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Participarão da audiência pública como testemunhas os ex-presos políticos Álvaro Caldas, José Luís Sabóia, José Carlos Tórtima, Maria Dalva Leite de Castro, Newton Leão Duarte e Paulo Sérgio Paranhos, que também estiveram detidos no DOI-Codi. Lúcia, filha de Mário Alves, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), também assistirá ao depoimento dos militares.

Nesta terça-feira, 13, dia seguinte do depoimento do ex-soldado da Aeronáutica José Bezerra da Silva, que disse ter testemunhado a tortura contra o estudante Stuart Angel na Base Aérea do Galeão, a irmã do preso político morto em 1971, Hildegard Angel, publicou nas redes sociais cópia de carta escrita por sua mãe, a estilista Zuzu Angel, que referiu-se a Stuart como “o Tiradentes da época dos computadores”. Zuzu respondia à mulher de um general: “(…) enquanto houver pessoas como você e outras que acreditam que nossa melhor juventude, que está sendo torturada e morta nos cárceres brasileiros, realmente comete crimes, tudo continuará a ruir ao nosso redor”.

Bezerra disse às Comissões Nacional e Estadual da Verdade que Stuart foi espancado e arrastado por militares com a boca amarrada ao cano de descarga do jipe de um oficial. O ex-soldado disse ter sido torturado e preso por ter criticado a “covardia”. “É o primeiro militar que assume ter assistido ao assassinato de meu jovem irmão estudante, Stuart Edgar Angel Jones, naquele local, e de maneira que me deixou devastada”, disse Hildegard no Twitter.

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