A Comissão Especial de Investigação do Eixo Metropolitano na Assembléia Legislativa enviou ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Enrique Iglesias, em Washington, cópias de documento contendo denúncias de indícios de irregularidades no projeto desenvolvido pela Prefeitura de Curitiba através do Ippuc.
O ofício, assinado pelos deputados Neivo Beraldin (PDT), presidente da CEI e Rafael Greca (PMDB), já havia sido entregue em junho a Waldemar F. Wirsig, representante da instituição financeira no Brasil. As informações repassadas ao BID foram recolhidas pela comissão nos vários eventos e encontros que promoveu e apontam a inexistência de estudo de viabilidade técnica e econômica para a solução adotada pela prefeitura; não inserção do projeto no novo Plano Diretor da Cidade, em vias de aprovação; não cumprimento da exigência quanto aos Estudos de Impacto Ambiental e de Impacto de Vizinhança; convocação de audiências públicas sem a concepção plena do projeto de engenharia e edital de Licitação com valores considerados irreais, entre outros pontos. O documento original, assinado também pelos deputados Mário Sérgio Bradock (PMDB), Marcos Isfer (PPS) e Luiz Accorsi (PTB), solicita ao BID que reveja sua posição de análise e apoio ao projeto do Eixo Metropolitano.
Auditoria
O candidato da coligação do Voto Limpo à prefeitura de Curitiba, Rubens Bueno, também tratou do assunto ontem. Ele voltou a defender a realização de uma auditoria no projeto do Eixo Metropolitano: “A obra tem seus méritos, mas está sendo iniciada sem um debate com a sociedade, sem nenhuma transparência”.
A obra tem custos previstos de R$ 350 milhões. “É uma obra de grande porte, com valores bastante altos. É estranho que tenha sido iniciada agora, ao final de uma gestão de oito anos, com questionamentos de caráter financeiro e também sobre seu impacto ambiental. Acredito que a população, sobretudo as comunidades das regiões envolvidas, gostaria de conhecê-la melhor para avaliar se realmente é uma prioridade para o município nos termos planejados pela Prefeitura”, afirmou Rubens Bueno.
“Não creio que seja necessário cancelar o projeto. Mas é preciso auditá-lo e verificar efetivamente sua função social e seu custo-benefício para o povo de Curitiba”, acrescentou.