Comissão dos gastos da Assembléia entra em crise

O secretário estadual de Comunicação Social, Airton Pisseti, disse ontem que está aguardando um convite para prestar esclarecimentos à comissão especial criada para apurar denúncias de irregularidades na aplicação das verbas de propaganda nos anos de 2005 e 2006. ?Eu estou determinado a ir. Assim posso colaborar mais do que apenas enviando documentos?, disse o secretário.

O presidente da comissão, Dobrandino da Silva (PMDB), convocou uma reunião para hoje, quando será decidida a data do depoimento de Pisseti. O anúncio da disposição de Pisseti em conversar com os deputados foi feito em meio à uma crise na comissão, onde o relator, Reni Pereira (PSB), ameaça renunciar à função por absoluta falta de informações para analisar. A vinte dias do encerramento dos sessenta dias previstos para a conclusão dos trabalhos, a comissão se reuniu apenas uma vez e o relator garante que não dispõe de um único dado sobre as despesas de publicidade e propaganda do governo.

Na sexta-feira passada, 24, venceu o prazo para que o secretário respondesse a pedidos de informações encaminhados pela comissão especial. Pisseti repassou ao presidente da comissão, Dobrandino da Silva (PMDB), alguns documentos e pediu prazo e maiores explicações para se manifestar sobre outros requerimentos. Uma das respostas ainda não encaminhadas pela secretaria diz respeito aos critérios usados para a distribuição das verbas entre os veículos de comunicação. ?Para esse pedido precisamos mais prazo, porque quero responder minuciosamente?, disse Pisseti.

Boicote

Detentora de três vagas na comissão, a bancada de oposição acusa os deputados governistas de fazerem corpo mole para esvaziar os trabalhos. Ontem, o autor do pedido de CPI, Marcelo Rangel (PPS), com o apoio de Pereira, de Valdir Rossoni (PSDB) e Duilio Genari (PP), propôs o aumento de sete para onze no número de integrantes. Desta forma, a oposição espera quebrar a supremacia governista, ganhando mais três vagas na comissão.

Mas o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), não colocou o requerimento em votação. Justus afirmou que o Regimento Interno é omisso quanto a alterações em comissões especiais já instaladas e encaminhou a matéria para avaliação da Procuradoria Geral da Casa.

O relator já anunciou que se não obtiver os documentos solicitados ao governo não permanece na função. ?Relatar o quê? Vou ficar escrevendo ao vento? De boas intenções o inferno está cheio?, respondeu Reni Pereira ao líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), que é contra a mudança na composição da comissão e sugeriu a Pereira que produzisse seu relatório. 

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