Comissão define ações para a reta final

Na reta final dos trabalhos da CPMI dos Correios, o sub-relator de movimentações financeiras, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), estabeleceu três frentes de ação: pedirá à Polícia Federal cópia do depoimento de Solange Pereira, ex-secretária de Delúbio Soares no PT; apresentará um pedido para que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, explique os critérios utilizados pelo governo para manter Dimas Toledo na diretoria de Furnas; e insistirá na convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e no agendamento do novo depoimento do publicitário Duda Mendonça.

Para Fruet, são três linhas importantes para assegurar que a CPMI termine com um relatório consistente, com o menor número possível de lacunas. No caso de Solange Pereira, o deputado lembra que a convocação para depor foi aprovada, mas há muita resistência da base do governo em marcar a data. "Ela foi uma das sacadoras de recursos do Marcos Valério e provavelmente fez um dos pagamentos da dívida do presidente Lula com o PT. Além disso, no período em que foi secretária (2003 e 2004), há muitos saques e depósitos em dinheiro na movimentação do PT, o que torna fundamental obter o seu depoimento", justifica Gustavo Fruet.

No caso do ministro da Justiça, o sub-relator defende que a convocação é importante não apenas para que ele preste contas do que a Polícia Federal já investigou até agora, mas para frisar a responsabilidade do ministério em prosseguir com as investigações após o encerramento da CPMI dos Correios. "Há uma série de inquéritos que não deverão estar concluídos até o fim da CPMI e contas no exterior ainda por investigar", afirma o deputado.

Gustavo Fruet também vai sugerir uma visita de integrantes da CPMI dos Correios ao procurador geral da República, Antonio Fernando de Souza. "Seria importante para verificar em que fase se encontram as investigações na Procuradoria, depositando confiança de que, ainda no primeiro semestre, sejam apresentadas as primeiras ações penais contra envolvidos no esquema de corrupção", diz Gustavo Fruet.

O sub-relator informou também que no próximo dia 6 os parlamentares do PSDB que fazem parte da CPMI dos Correios terão uma reunião com o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), para definir os passos a tomar na fase final dos trabalhos da comissão. "Queremos garantir que não haverá qualquer acordo de compensação em torno do relatório da CPMI", disse Fruet.

Para o deputado, os piores cenários que poderiam ocorrer ao final da CPMI seriam um relatório fruto de acordo ou a votação de um documento pífio, que, mesmo aprovado, acabaria desmoralizado. Obviamente, diz o deputado, o ideal seria aprovar um relatório consistente, de inclusão. Mas, para o deputado, mesmo a derrota de um bom relatório é um cenário melhor que a votação de um relatório baseado em acordos políticos. "Nesse caso, quem quiser excluir, terá que se manifestar."

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