A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento preliminar para investigar a sucessão de denúncias envolvendo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A decisão acata pedido feito pelo PSDB, ressuscita uma crise que o governo já dava como superada e volta a assombrar o ministro, um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff.
A oposição vê semelhanças entre a situação de Pimentel e a do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, que caiu do governo devido à denúncia de ter o patrimônio ampliado em 20 vezes após a prestação de serviços de consultoria. Pimentel é alvo de denúncias divulgadas pela imprensa de que sua empresa, a P-21 Consultoria e Projetos, teria faturado mais de R$ 2 milhões com consultorias entre 2009 e 2010.
A comissão designou o conselheiro Fábio Coutinho para cuidar do caso. “Na próxima reunião, o conselheiro deverá definir pela abertura do processo ou não, com base na denúncia”, disse o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence. O próximo encontro da comissão está marcado para 12 de março.
Conforme informou o jornal “O Estado de S. Paulo” em dezembro, o escritório da P-21 foi usado como quartel-general da campanha de Fernando Pimentel ao Senado em 2010. A sede da empresa, em um luxuoso prédio do bairro de Lourdes, área nobre na região centro-sul de Belo Horizonte, abrigou encontros com aliados e reuniões com o núcleo de sua candidatura.