A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu conceder o benefício da quarentena ao ex-diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daiello. Com a decisão, Daiello continuará pelos próximos seis meses a receber salário integral e não poderá trabalhar na iniciativa privada.
De acordo com o presidente da Comissão, Mauro Menezes, a função de Daiello “inevitavelmente lhe atribuía constantemente informações privilegiadas, sensíveis e muitas vezes confidenciais”. “É um benefício pertinente para cargos desta natureza”, justificou.
Daiello deixou o cargo no último dia 20 de novembro, depois de seis anos e dez meses no comando da Polícia Federal. O ex-diretor, que foi substituído por Fernando Segovia, pediu aposentadoria.
Daiello foi o diretor mais longevo da PF. Nenhum outro, no período democrático, ficou por tanto tempo na cadeira número um da corporação. Durante sua gestão, a PF ganhou notoriedade internacional no combate a malfeitos na administração pública. A Lava Jato de Daiello escancarou o sistema cartelizado e de propinas na Petrobras, que operou entre 2004 e 2014, e acabou pegando dezenas de políticos dos principais partidos.