A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) elegeu nesta quarta-feira (2), com 54 votos a favor e dois votos em branco, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), para presidir o colegiado. Ele é réu no processo em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o esquema de pagamento de mesada a parlamentares que ficou conhecido como “mensalão”.

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João Paulo foi indicado pelo PT para o cargo e foi candidato único. Sua escolha pelo PT ocorreu após um processo de disputa interna com Ricardo Berzoini (SP). No final, um acordo deu a João Paulo a presidência em 2011 e Berzoini será o indicado para o próximo ano. O STF aceitou denúncias contra João Paulo por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato. O julgamento pode ser realizado ainda neste ano.

Após ser escolhido, no mês passado, o agora presidente da CCJ negou que o andamento do processo possa atrapalhar seu desempenho na comissão. “Ser réu não significa ser culpado”, afirmou ele. O primeiro vice-presidente da Comissão será Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA).

Discurso

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Em seu primeiro discurso após ser eleito para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) fez questão de mencionar o tema do mensalão. Ele é réu no processo em andamento no Supremo Tribunal Federal sobre o esquema de pagamento de mesada a parlamentares.

“Vocês sabem que eu respondo a um processo no Supremo Tribunal Federal, não poderia deixar de mencionar isso”, disse. “Esse processo, que me atormenta muito, mudou a minha vida, mas eu tenho muita fé e convicção no direito e na justiça que em breve nos resolveremos por completo”, completou.

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O presidente do CCJ comparou o processo do mensalão a uma guerra “Às vezes, as disputas políticas tomam formato de guerra com instrumentos que não se tem como controlar, que atinge o coração, a vida, a alma dos seus próximos, sem ninguém calcular isso”.

João Paulo afirmou que os colegas podem ficar com a “consciência tranquila” por terem o escolhido para comandar a comissão mais importante da Casa e concluiu dizendo que sua vida é “absolutamente limpa”.