Sob pressão, uma comissão especial da Câmara Legislativa do Distrito Federal começa a avaliar hoje se recomenda a abertura de processo de impeachment contra o governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de comandar um esquema de distribuição de propina para parlamentares e aliados, conhecido como “mensalão do DEM”. Com o comando da maioria na Câmara Legislativa, o governador não deverá ser cassado. Dos 24 parlamentares da Casa, 19 integravam a base aliada. Mesmo com a debandada dos partidos aliados – cinco já romperam o apoio e entregaram os cargos no governo -, Arruda ainda tem a maioria dos votos.
Para reforçar o controle da Câmara e salvar o mandato, o governador liberou dois parlamentares do DEM que ocupavam secretarias no governo. São eles os deputados Paulo Roriz (Habitação) e Eliana Pedrosa (Desenvolvimento Social), que ocuparão funções estratégicas tanto na comissão especial como no plenário.
Ontem, Arruda formou uma tropa de choque que será comandada por Eliana para defendê-lo. O movimento surtiu efeito imediato, com o recrutamento de grupos de aliados do governo, oriundos das cidades satélites, para expulsar os manifestantes do movimento “Fora, Arruda”, formado na maioria por estudantes, que ocupavam há seis dias o plenário da Câmara Legislativa.
Sem público na plateia e com predominância da bancada governista, a comissão terá dez dias para dar parecer sobre a abertura de processo de impeachment. Dos 11 pedidos apresentados, a Mesa da Câmara recebeu três, que atendiam às exigências do regimento interno.