Favorável

Comissão aprova parecer do impeachment. Veja o passo a passo para a continuidade do processo

A comissão especial da Câmara aprovou o parecer do relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foram 38 votos a favor, 27 contra e nenhuma abstenção. Quando o painel eletrônico foi aberto para votação, a oposição já começava a comemorar. Gritos contra e a favor do impedimento tomaram conta do plenário. Ao final, os oposicionistas cantaram o hino nacional. Os aliados do governo deixaram a comissão gritando “golpistas”. O PMDB, PP, PROS e o PHS liberaram o voto na bancada. A Rede, apesar da recomendação da direção pra apoiar o impeachment, teve seu único titular na comissão, o deputado Aliel Machado (PR), votando contra o afastamento.

Sequência

O resultado da votação será lido hoje em plenário e a partir de quarta é provável que seja aberto o prazo de 48 horas para o início da votação no plenário da Câmara. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer que o processo comece a ser votado na sexta-feira, fazendo a votação final se arraste por três dias e tenha seu desfecho apenas no domingo, na expectativa de que a pressão das ruas leve os deputados a optarem pela saída de Dilma. Cada parlamentar deverá se pronunciar no microfone. Caso o plenário da Câmara aprove o impeachment de Dilma, o processo é enviado ao Senado, que tem dois dias pra formar sua comissão. O trâmite no Senado deve durar até o dia 2 de maio. Caso seja aprovado o processo de impeachment também entre os senadores, Dilma é afastada por 180 dias e o vice, Michel Temer (PMDB), assume. Depois disso, inicia-se o processo de julgamento de Dilma no Senado propriamente dito, com mediação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), quando serão necessários votos de dois terços (54 dos 81 senadores) pra condenação.

Intenções de voto

No plenário da Câmara dos Deputados, o placar de votação do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) ainda está indefinido. São necessários pelo menos 342 dos 513 votos para o afastamento da presidente. Segundo o levantamento diário feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nas intenções de voto dos parlamentares, às 21h de ontem havia 299 favoráveis à saída da petista, 120 contra, 53 indecisos e 41 não quiseram responder. “Tenho absoluta segurança que a gente vence no domingo no plenário da Câmara dos Deputados, barrando o impeachment. Estamos fazendo conta entre 208 e 212 votos [contra o impeachment]. 

Temos consciência de que não vamos chegar acima dos 257 [votos], mas temos um número com uma certa folga para barrar esse processo”, avaliou ontem o ministro do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, que admitiu que a conta “muda a cada dia”.

Sessão histórica na Câmara

Após meses de investigação parlamentar provocada por denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa, Fernando Co,llor de Mello foi afastado da presidência em 29 de setembro de 1992, quase um mês depois de aceito o pedido de impeachment feito em conjunto pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A desaprovação popular do presidente atingiu 84%. Collor se dizia vítima de um golpe civil. A sessão histórica da Câmara que aprovou o impeachment dele começou às 9h com apenas 62 deputados no plenário.
À tarde, o quórum chegou a 480 parlamentares. Resultado: 441 votos pelo impeachment, 38 contra e uma abstenção. Dos 30 deputados federais paranaenses, 27 disseram “sim” ao impeachment. Os dois deputados que votaram contra eram Abelardo Lupion (PFL) e Basílio Villani (PDS).