Começa operação de busca no Araguaia

Geólogos das universidades de Brasília e do Ceará começaram ontem a rastrear o solo da antiga base militar da Casa Azul, em Marabá, em busca de ossadas de integrantes da Guerrilha do Araguaia, movimento armado contra a ditadura (1972-1975). As escavações, que devem ocorrer a partir de amanhã, incluem nesta primeira fase o sítio Tabocão, em São Domingos do Araguaia, o antigo garimpo do Matrinxã e a Clareira Cabo Rosa, em Brejo Grande. Esses locais – apontados como áreas de fuzilamento nas reportagens divulgadas em junho e julho pelo jornal O Estado de S. Paulo – não estavam na lista inicial de pontos que seriam analisados pela expedição montada pelo Ministério da Defesa para buscar corpos, com exceção da Casa Azul.

A decisão do grupo de priorizar essas áreas foi tomada após análise de depoimentos de ex-guias do Exército e moradores. Responsável pela logística da expedição, o general Mário Lúcio Araújo, da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, elogiou o trabalho da Associação dos Torturados na Guerrilha do Araguaia, que atua em parceria com os militares. Ele avaliou que as informações recolhidas pela entidade “agregaram valor” ao trabalho de localização de corpos de guerrilheiros. Dos 14 pontos previstos originalmente para escavações, sete foram provisoriamente abandonados.

Até o final de outubro, início das chuvas na Amazônia, o grupo de especialistas ainda rastreará com dois radares do tipo GPR os solos das antigas bases da Bacaba e de Xambioá, a fazenda Grota Fria, a região de Dois Coqueiros, a Base Cabo Rosa e a Reserva Indígena Sororó. Não está descartada a inclusão de novas áreas de buscas.

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