Começa disputa pela presidência da Assembleia Legislativa

A vitória do tucano Beto Richa (PSDB) no primeiro turno das eleições para o governo ditou a direção das articulações na Assembleia Legislativa para a eleição da próxima Mesa Executiva, em fevereiro de 2011.

As conversas de bastidores apontam para duas candidaturas a presidente, que estão sendo gestadas na futura base de apoio do tucano. Uma das chapas seria encabeçada por Valdir Rossoni, atual 1.º secretário da Mesa Executiva e presidente estadual do PSDB. O outro movimento visa colocar na posição o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Durval Amaral (DEM).

Nenhum dos dois lançou publicamente as candidaturas, mas as costuras, embora no início, já começaram. A aposta é que haverá acordo entre as duas correntes bem antes de terminar o ano, quando as composições já estarão envolvendo a escolha dos ocupantes dos outros oito cargos da Mesa Diretora.

A possibilidade de uma candidatura alternativa não está descartada pelos grupos de oposição ao futuro governo. O atual presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), já disse a seu interlocutores que não pretende participar da futura Mesa.

Reeleito em meio ao escândalo causado pelas investigações das denúncias sobre esquema de desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa, Justus está disposto a voltar a atuar em plenário, sem participar da direção da Casa.

Anderson Tozato
Rossoni: forte cacife tucano.

Já o atual 1.º secretário, Alexandre Curi (PMDB), tem seu nome ventilado como futuro integrante de uma das chapas. Um grupo articula para que Curi se candidate a presidente, mas o deputado, o mais votado da próxima legislatura, não se entusiasmou.

Como Justus, o 1.º secretário passou o ano sob fogo cruzado dos meios de comunicação e do Ministério Público Estadual. E prefere uma posição mais discreta no comando da Casa a partir do próximo ano.

Curi ainda tem a possibilidade de trocar a Assembleia Legislativa pelo Executivo. Além de aliado político, Curi é amigo do governador eleito e poderá ocupar um no governo, se quiser, conforme dizem os tucanos próximos a Beto Richa.

Sem atritos

Anderson Tozato
Curi: mais votado do Paraná.

Rossoni já tentou ser presidente da Assembleia Legislativa quando o deputado Anibal Curi morreu, em 30 de agosto de 1999. Perdeu o cargo para Nelson Justus, o primeiro presidente eleito após a morte de Curi.

Apesar de Rossoni ocupar a liderança do governo à época, o apoio do então governador Jaime Lerner foi para Justus. Depois disso, Rossoni nunca mais tentou disputar o cargo.

A volta do PSDB ao governo abriu novas possibilidades para Rossoni. Publicamente, o deputado afirma que não está trabalhando para conquistar o comando da Assembleia Legislativa. Mas não convence seus aliados que já começaram as conversas para angariar os apoios necessários ao projeto.

Durval Amaral também tem seus trunfos. Foi ele quem formulou algumas das principais medidas adotadas pela atual Mesa Executiva para dar mais transparência às ações do Legislativo.

Amaral coordenou a construção do Portal da Transparência, destinado a mostrar à população como os deputados gastam a verba de cerca de R$ 60 mil que recebem para pagamento de despesas e contratação de pessoal.

Enquanto as conversas prosseguem, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o fim da reeleiç&atilde,;o para a Mesa e a representação proporcional dos partidos está estacionada na Comissão Especial.

O relator da PEC apresentada pela bancada do PT, Ademar Traiano (PSDB), mudou radicalmente o texto, reintroduzindo a reeleição e acabando com a representação proporcional das bancadas. O parecer está à espera da votação na Comissão.

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