Acabou a “janela”. Quem pretende disputar um mandato nas eleições do ano que vem não pode mais trocar de partido ou se filiar a um, caso não tenha legenda. Para concorrer o candidato precisa estar filiado há, pelo menos, um ano no partido. Prazo que acabou ontem. E nem a Resolução sobre fidelidade partidária, do Tribunal Superior Eleitoral, que expõe os mandatos dos políticos que trocarem de partido, impediu a movimentação.

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Dois membros do primeiro escalão do governo estadual, por exemplo, deixaram o PMDB. Como o partido do governador Roberto Requião tem as maiores bancadas do estado, com 18 deputados estaduais e sete federais, e praticamente todos pretendem a reeleição, fica difícil um novo nome eleger-se pela sigla. Assim, o presidente do Tecpar, Aldair Rizi, e o secretário de Meio Ambiente, Raska Rodrigues, preferiram filiar-se, respectivamente, ao PSB e ao PV.

O líder do governo na Assembleia e 1º vice-presidente do PMDB do Paraná, o deputado Luiz Cláudio Romanelli reprovou. “Para mim, isso é oportunismo eleitoral. Estão deixando o partido por um interesse pessoal, por uma aventura eleitoral. Se não tem representatividade para conseguir votos neste partido, que não dispute a eleição”, disse o deputado, revelando que a saída dos dois secretários já foi discutida dentro do diretório do partido. “O PMDB não pode fazer nada contra eles agora, mas eles que não esperem que sejamos benevolentes depois que passar essa aventura”, comentou. Uma possível saída deles do governo, segundo Romanelli, depende de uma decisão pessoal do governador Requião.

Já o PSDB, que terá candidatura própria à Presidência de República e ao governo do Estado, buscou reforços para turbinar suas chapas federal e estadual. Ingressaram ao ninho tucano o senador Flávio Arns (ex-PT) e o secretário municipal Antidrogas, Fernando Francischini (ex-PP), que deverão disputar uma vaga na Câmara Federal, além do deputado Mauro Moraes (ex-PMDB) e do vereador Professor Galdino (ex-PV), que concorrerão à Assembleia Legislativa.

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Outros nomes importantes da política paranaense também disputarão as eleições do ano que vem por uma nova legenda. Natálio Stica, diretor comercial da Sanepar, deixou o PT e filiou-se ao PV. A ex-vice-governadora Emília Belinati trocou o DEM pelo PSB e o ex-secretário geral do PSC, Lineu Tomás, mudou-se para o PMN, partido pelo qual pretende disputar o governo do Estado.