Se depender da reserva orçamentária do governo estadual, a revogação da alta das tarifas dos trens do Metrô e da CPTM não terá impacto nas contas. Nos últimos dois anos, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) dobrou seu caixa. Em 2010, havia R$ 6 bilhões de reserva. Hoje, são R$ 12,4 bilhões em valor líquido, ou seja, com disponibilidade imediata de uso.

continua após a publicidade

De acordo com o governo, essa reserva orçamentária existe para garantir que restos a pagar que ainda não estão inscritos tenham cobertura financeira no futuro. A intenção, segundo a gestão tucana, é assegurar que o Estado terá recursos quando precisar cobrir, por exemplo, as sobras a pagar de um investimento previsto, mas ainda não realizado.

Levantamento feito pela reportagem mostra ainda o histórico de investimentos realizados no mesmo período e revela tendência inversa. Enquanto o caixa aumentou 106%, o total de investimentos caiu 36%. O montante passou de R$ 12,6 bilhões para R$ 8,1 bilhões no ano passado. E as áreas mais prejudicadas são as que hoje mais demandam projetos de melhoria, como Transporte e Segurança.

A boa situação financeira, no entanto, não vai evitar mais cortes de investimentos, segundo Alckmin. Com a revogação do reajuste das passagens de trem e metrô – que voltam a custar R$ 3 hoje -, ele afirmou que o Estado terá despesa extra de R$ 210 milhões ao ano com o sistema de transporte sobre trilhos. E apesar de o valor representar só 0,13% do orçamento geral do Estado, que é de R$ 162 bilhões, o tucano pediu à Secretaria do Planejamento um plano de contingenciamento de verbas, que deve ser anunciado nos próximos dias.

continua após a publicidade

Alckmin assegurou apenas que as mudanças na programação não afetarão ainda mais as obras de expansão do Metrô e da CPTM, já atrasadas. O ritmo de investimentos em novas linhas, modernização das redes e compra de veículos caiu de R$ 4,5 bilhões em 2010 para R$ 3,4 bilhões em 2012.

A queda é resultado da lentidão na aprovação de projetos executivos das obras e da demora na obtenção de licenças ambientais ou de processos de desapropriação.

continua após a publicidade

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.