Distanciados do dia a dia político-partidário paranaense, os irmãos Alvaro (PV) e Osmar Dias (PDT) ressurgem como protagonistas para a eleição de 2018. Levantamentos realizados pelo Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povoapontam que Alvaro é o preferido do eleitorado local para a Presidência da República e para o governo do estado. Já Osmar também lidera em um dos cenários na disputa pelo Executivo estadual – eles têm um acordo de não concorrerem um contra o outro − e figura em primeiro se quiser retornar ao Senado.

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Alvaro tem mandato de senador até 2022 e, no início deste ano, deixou o PSDB rumo ao PV. A troca foi uma tentativa de se distanciar dos escândalos que permeiam hoje quase todos os grandes partidos e ainda se viabilizar para a disputa presidencial, longe da briga intensa no ninho tucano pela vaga.

Senador até 2010, quando foi derrotado por Beto Richa (PSDB) na eleição para o governo do estado, Osmar foi vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil em toda a gestão Dilma Rousseff (PT). Durante esse período, só militou na política-partidária publicamente para pedir votos à petista no segundo turno de 2014. Longe dos holofotes, mas também de escândalos nesse intervalo, é disputado inclusive por aliados de Richa para ser o principal nome para sucedê-lo no Palácio Iguaçu.

Olho na Presidência

Apesar de aparecer em primeiro lugar na pesquisa de intenções de voto para o governo do estado divulgada nesta segunda-feira (7) pela Gazeta do Povo, o senador paranaense Alvaro Dias (PV) garante que não tem a pretensão de disputar o pleito no Paraná. Na pesquisa, Alvaro aparece com 36% das intenções de voto, seguido pelo senador Roberto Requião (PMDB), com 26%.

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“Eu não sou candidato a governador e isso ficou claro. Até pedi para não incluir meu nome nas pesquisas para não tumultuar”, diz o senador. “[A pesquisa] pode me fortalecer, mas sou franco.” O senador, que trocou recentemente o PSDB pelo PV, tem a pretensão de disputar a Presidência da República em 2018. Além disso, seu irmão, Osmar Dias (PDT), já anunciou a intenção de se candidatar ao Palácio Iguaçu.

Análise

De acordo com o cientista político Mário Sérgio Lepre, da PUCPR, a pretensão de Alvaro pela Presidência tem razão de ser. “Ele foi para o PV com o interesse de se distanciar da possibilidade de nomes [do antigo partido] contaminarem o cenário. No PSDB há nomes que podem aparecer nas delações [da Lava Jato]”, diz Lepre. “Se o nome dele não aparece [nas delações], (…) então ele pode viabilizar isso [a candidatura a presidente].” O cientista político lembra que o paranaense é um senador combativo e o PV pode precisar de um candidato ao Planalto. “A eleição 2018 está aberta para a Presidência.”

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Para Lepre, o fato de o senador ter se colocado como oposição ao PT e ao governo Dilma Rousseff pode ajudá-lo a conquistar apoio e a disputar a Presidência. “O cenário em 2018 é muito favorável para os outsiders [candidatos de fora do sistema]. E o Alvaro é de certa forma um outsider.”