No Ceará, até as 21 horas, com 81,65% dos votos apurados, o governador Cid Gomes (PSB), tinha 61,83% dos votos válidos e conseguia renovar seu mandato por mais quatro anos. De quebra, ele também estava elegendo os dois senadores aliados: Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT), desbancando o senador Tasso Jereissati (PSDB), que estava em terceiro com apenas 23,46% dos votos. Esta deverá ser a primeira derrota de Tasso nas urnas cearenses desde que entrou para a política em 1986.
Cid Gomes disse que o momento mais difícil da campanha foi ter de responder as acusações de desvio de dinheiro público. “Sem nenhuma preocupação, eu perdia dez, vinte eleições de cabeça erguida, e isso não me traria nenhuma angústia. Agora, quando começa a mexer com a honra da gente, isso machuca muito”, queixou-se, lembrando que a honra é o seu maior patrimônio.
No início da tarde, ainda no local de votação, na Faculdade Farias Brito, Tasso Jereissati não quis falar sobre seu futuro político em caso de derrota. Limitou-se a se queixar da campanha orquestrada por seus adversários, classificando-a de “rasteira” e “bruta”. Ele também acusou a família Gomes, liderada pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, de “oligarca” e alertou para o risco que a falta de oposição pode causar ao Ceará e ao País. Tasso descartou qualquer tipo de aliança política com os Gomes. “Eu não acredito mais nesse governo”, justificou.
A ex-mulher de Ciro Gomes, Patrícia Saboya (PDT), e o irmão caçula dos Gomes, Ivo (PSB), também tiveram votação expressiva para a Assembleia Legislativa. Ciro passou o domingo em Fortaleza. Votou em trânsito na Escola da Saúde Pública. Foi impedido de votar nos candidatos da família por ter mudado o domicílio eleitoral para São Paulo, atendendo a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.