No último comício da campanha, o senador Fernando Collor, candidato ao governo pelo PTB, voltou a mandar os ‘bandidecos’ deixarem Alagoas se não quiserem sentir o peso da sua “munheca no cangote” a partir de primeiro de janeiro de 2011. “Não falo em tom de ameaça, mas de autoridade, coisa que esse governador (Teotonio Vilela) borra-botas não fez para proteger a população”, afirmou Collor, ontem à noite, em discurso feito em cima de um mini trio elétrico, no bairro do Vergel do Lago, um dos mais pobres da periferia de Maceió.

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Collor estava ao lado do vereador por Maceió Cabo Luiz Pedro (PMN), que um dia antes tinha sido expulso da Polícia Civil de Alagoas, a pedido do Conselho Superior da corporação, por envolvimento em crimes. A decisão foi tomada com base na análise dos processos administrativos disciplinares contra Luiz Pedro. Os integrantes do Conselho entenderam que há provas incontestáveis da participação do vereador na morte do pedreiro Carlos Roberto dos Santos, assassinado a tiros, em 12 de agosto de 2004.

“Estou com você, Cabo Luiz Pedro, porque você foi um injustiçado, acusaram você de um crime que nunca cometeu, mas esquecem o que você vem fazendo pelo povo pobre de Maceió”, afirmou Collor. “Esse governador borra-botas só exonerou você porque você está com o ’14’, porque você trabalha para mim na periferia”, acrescentou o ex-presidente. “Mas ele vai pagar caro por isso, ele vai ser enxotado do poder no primeiro dia do ano”, disse.

O Cabo Luiz Pedro seria candidato a deputado estadual nas eleições deste ano, mas não entrou na disputa porque durante o período das convenções partidárias ele estava foragido, com pedido de prisão preventiva decretada pela Justiça Estadual. De acordo com o funcionário aposentado Sebastião dos Santos, pai do pedreiro Carlos Roberto, Luiz Pedro só está solto porque “o senador Collor colaborou para contratar o advogado, que atuou junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), na liberação do habeas-corpus”.

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Denúncia

Collor também denunciou Vilela de desviar recursos do governo federal enviados para as famílias de desabrigados, vítimas das enchentes que devastaram 19 municípios dos vales do Mundaú e do Paraíba em junho deste ano. “O presidente Lula mandou R$ 275 milhões para as obras emergenciais em Alagoas, mas já se passaram 124 dias das enchentes e nenhum tijolo foi assentado para a construção das casas dos desabrigados”, denunciou: “Onde está o dinheiro dos desabrigados, governador?”, questionou o senador.

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Em seu discurso, Collor se coloca como o único defensor dos pobres e diz que sua vitória nas urnas representa o “renascer da esperança”. Ele também lembra algumas medidas adotadas quando presidiu o Brasil, entre elas o aumento do salário aos aposentados rurais. “O trabalhador rural ganhava apenas 30% do salário mínimo pelo Funrual, eu acabei com isso e mandei pagar um salário mínimo inteiro”, disse o ex-presidente. “Mandei também reduzir de 65 para 60 anos a aposentadoria do homem, e de 60 para 55 anos a aposentadoria da mulher”, acrescentou.

Além de Luiz Pedro e de alguns candidatos da sua coligação, Collor estava ao lado do presidente da Câmara de Maceió, vereador Dudu Holanda (PMN), que responde a processo por ter mordido a orelha do também vereador Paulo Corintho (PDT). Segundo denúncia feita por Corintho à polícia, Dudu teria arrancado um pedaço da sua orelha em dezembro do ano passado, com uma dentada, durante uma briga entre os dois, na festa de Confraternização de Natal, promovida pela Câmara Municipal.