Coligação no Paraná fica nas mãos de Alckmin

A coordenação da campanha de Geraldo Alckmin poderá restaurar a aliança entre o PMDB e o PSDB, desfeita por uma decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). O coordenador da campanha de Geraldo Alckmin à presidência da República, senador Sérgio Guerra, disse ontem ao presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, que está buscando uma fórmula para manter a composição entre os dois partidos para a sucessão estadual.

Dobrandino afirmou que uma resposta deve ser dada até o final da tarde de hoje. A coligação foi anulada por resolução da executiva nacional, alegando que o acordo contraria a diretriz nacional de fortalecimento da candidatura de Alckmin, já que o governador Roberto Requião (PMDB) não declarou apoio oficial ao candidato tucano.

O conselho político da campanha de Alckmin se reuniu ontem para analisar a situação do Paraná e, até o meio da tarde, a informação era que cabia ao candidato a palavra final sobre a coligação. No início da noite, Guerra telefonou a Dobrandino, acenando com uma solução para hoje.

Uma das formas de ressuscitar a aliança é revogar a resolução do diretório nacional que anulou a coligação e fundamentou a decisão do TRE. Isto porque o governador Roberto Requião (PMDB) e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que havia sido indicado candidato a vice-governador, decidiram não recorrer à Justiça Eleitoral da decisão do TRE. Conforme o Estado apurou, o governador comunicou ao diretório nacional tucano que não recorreria ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse ao presidente nacional do diretório tucano, senador Tasso Jereissati, que caberia à direção nacional e à coordenação de Alckmin decidir se querem o apoio do PMDB do Paraná na sucessão presidencial.

Até agora, Requião não se incluiu entre estes apoiadores. Ele tem dito que se a direção nacional rejeita o PMDB na aliança estadual, mesmo a grande parcela do partido propensa a apoiar Alckmin no Paraná terá constrangimentos em se alinhar ao tucano para a sucessão presidencial.

O contato com a direção nacional do PSDB foi feito pela direção nacional do PMDB. A primeira reação de Jereissati teria sido exigir um compromisso formal de Requião de que apoiaria Alckmin. Como não houve, pelo menos por enquanto, Jereissati ouviu vários tucanos do estado e repassou o encargo da decisão para o conselho político de Alckmin, conforme revelaram peemedebistas e tucanos.

O senador Alvaro Dias, único tucano paranaense que integra o conselho político de Alckmin, disse que preferiu se manter distante do debate sobre o futuro da aliança entre peemedebistas e tucanos no Paraná. Álvaro sempre defendeu o fim da disputa judicial e, ontem, reafirmou sua posição. Disse que, independente da decisão final, se favorável ou não à coligação, a posição teria que ser rápida.

?Temos que encerrar este assunto o mais rápido possível, porque os candidatos do partido a deputado estão desarvorados com tudo isso?, comentou. Para Alvaro, a decisão não afeta sua campanha. O PMDB não o registrou como candidato da coligação e seu tempo no horário eleitoral gratuito permanece o mesmo (1 minuto e 50 segundos) independente da sobrevivência da aliança.

Jogo de paciência

O deputado federal Gustavo Fruet foi um dos paranaenses consultados por Jereissati sobre o impasse do partido no estado. ?Conversamos bastante sobre os cenários possíveis no estado?, disse Gustavo, acrescentando que agora é um momento decisivo para conferir se o PMDB apóia Alckmin para valer ou se a aliança não passou de uma barganha. ?Está havendo um grande jogo de pressão. E também um jogo de paciência?, disse Gustavo. 

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