A tendência de crescimento da virtual candidata do PT à Presidência, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de queda e estagnação do pré-candidato tucano nessa disputa, o governador de São Paulo, José Serra, divulgada hoje pela pesquisa CNT/Sensus, deverá obrigar o PSDB a se posicionar no tabuleiro eleitoral da sucessão presidencial de 2010. A avaliação é do cientista político e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo Marco Antônio Carvalho Teixeira. No seu entender, para reverter o impacto negativo dessa mostra, os tucanos serão forçados a definir, o quanto antes, o candidato da legenda. “Em janeiro, no máximo”, diz.

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Carvalho Teixeira afirma que não são apenas as projeções de primeiro e segundo turnos – que indicam crescimento de Dilma e queda de Serra – os únicos dados preocupantes para o PSDB. “A aprovação do governo (que subiu de 65,4% em setembro para 70% em novembro) e a aprovação pessoal do presidente Lula (que passou de 76,8% em setembro para 78,9% na pesquisa divulgada hoje) também indicam que os tucanos precisam elaborar suas propostas de governo para o pleito do ano que vem. A impressão que dá é que o PSDB está acuado diante de um governo petista bem avaliado e de um cenário econômico favorável e com perspectivas de crescimento para o ano que vem.”

Na opinião do cientista político e conselheiro do Movimento Voto Consciente Humberto Dantas, a pesquisa de hoje da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e do Instituto Sensus acende um sinal de alerta ao PSDB, principal oponente do governo nas eleições do ano que vem. “O Lula é um fenômeno da comunicação política, ele tem crédito junto à população e é convincente. Além disso, tem conseguido fazer da ministra Dilma uma extensão de si próprio, transferindo para ela essa conjuntura positiva.” Por isso, ele também acredita que é necessário o PSDB se posicionar rapidamente nessa corrida sucessória, para não perder terreno.

Com base nos dados divulgados hoje, Marco Antônio Carvalho Teixeira destaca que as eleições 2010 podem apresentar um componente curioso. Será a primeira eleição presidencial direta sem a presença de Luiz Inácio Lula da Silva como candidato. “Mas, com certeza, será um pleito que terá o presidente Lula como um dos principais atores.”

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Fernando Henrique

Uma avaliação que os dois cientistas políticos contestam é a do presidente da CNT, Clésio Andrade, que atribui a queda de Serra à associação que os eleitores fazem entre ele e o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. Para ambos é precipitado fazer essa vinculação, mesmo a mostra indicando que 49,3% dos 2 mil entrevistados não votariam em um candidato indicado por FHC. Isso porque, no entender dos cientistas, a campanha ainda não começou efetivamente. “Eu achei a associação (feita por Andrade) um pouco sensacionalista, a não ser que a pesquisa tenha mais dados que desconheço”, diz o conselheiro do Movimento Voto Consciente.

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