O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) prorrogou por mais 30 dias o prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão que investiga o envolvimento dos promotores de justiça Leonardo Bandarra e Deborah Guerner no esquema de corrupção desmantelado pela Operação Caixa da Pandora. Bandarra e Deborah estão afastado das funções desde 13 de dezembro e, após a conclusão do relatório da comissão, eles terão 15 dias para as alegações finais de defesa.
A previsão é de que o processo seja julgado pelo plenário do CNMP em abril. Caso haja risco de os procuradores retornarem às funções, o conselho examinará a prorrogação do prazo de afastamento, inicialmente fixado em 120 dias. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, considera importante que eles se mantenham afastados até o final do julgamento. “O relator deverá trazer o assunto ao conselho para assegurar que o afastamento seja mantido enquanto durar o processo”, afirmou.
Vídeos apreendidos pelo Ministério Público (MP) e a Polícia Federal (PF) revelaram indícios da participação dos dois procuradores na partilha de dinheiro ilícito obtidos pelos operadores do esquema de corrupção do DF, batizado de mensalão do DEM. As denúncias levaram à prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda, além do indiciamento de mais de 30 pessoas, entre secretários de estado, deputados, dirigentes de órgãos públicos e empresários.
Em um dos vídeos com cenas do circuito interno da casa da promotora mostram Bandarra, então procurador-geral de Justiça do DF, frequentando o local. Ele chegava à residência de moto e só retirava o capacete dentro para não ser reconhecido. Segundo Gurgel, o caso é constrangedor para o MP, que usa o máximo de brevidade nas investigações, mas sem atropelar etapas. “Há uma série de formalidades que precisam ser observadas, para que não se alegue cerceamento de defesa e inobservância do devido processo legal”, observou.