O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu em pronunciamento no plenário nesta quarta-feira, 23, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem de tomar providências diante de eventuais excessos do Poder Judiciário.

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“Quando criamos o CNJ, foi para que o conselho, diante de qualquer excesso, tome providências. O País está aguardando as providências do Conselho Nacional de Justiça com relação a eventuais excessos que possam ter havido no Judiciário, se é que houve esses excessos. Mas essa palavra é a palavra que caberá ao CNJ e não ao Senado”.

O peemedebista, entretanto, negou que tenha se referido diretamente ao juiz Sérgio Moro, responsável pela condução das investigações da Operação Lava Jato. Senadores que apoiam a presidente Dilma Rousseff apresentaram um pedido ao CNJ para abrir uma investigação contra Moro por supostas irregularidades na divulgação de conversas telefônicas em que a petista e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversam sobre o envio de um termo de posse, para que ele viesse a usar em caso de necessidade.

Há duas semanas, Renan mandou um recado indireto à Operação Lava Jato – do qual é alvo no Supremo Tribunal Federal de sete inquéritos – ao dizer que ninguém é contra as apurações, embora elas tenham que respeitar o ordenamento jurídico brasileiro. O comentário ocorreu após ele ter presenteado Lula em um café da manhã com um exemplar da Constituição.

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“É preciso que as investigações avancem, mas no devido processo legal, com liberdade de expressão, com direito de defesa, com presunção de inocência como diz a Constituição Federal”, disse Renan, em entrevista na chegada a seu gabinete após o encontro com o ex-presidente de três horas na residência oficial do Senado. “Há uma Constituição no Estado democrático de direito que precisa ser respeitada”, destacou.

Assim como o ex-presidente, que reclamou no encontro que a Operação Lava Jato está “forçando a barra” para prendê-lo após a condução coercitiva que foi alvo na sexta-feira passada, Renan também tem se queixado nos bastidores da forma como as investigações da Lava Jato têm sido conduzidas.

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