Em meio a um clima de tensão e de confronto entre governo e oposição, a Comissão de Infra-Estrutura do Senado vai ouvir nesta quarta-feira (11) a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, que acusou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de favorecer o fundo americano Matlin Patterson e três sócios brasileiros na venda da Varig. A expectativa da oposição é de que Denise chegue ao Senado com documentos e provas que dêem sustentação às denúncias. Já os governistas esperam dar um ponto final ao caso com os documentos fornecidos pelo Planalto.
Mesmo não tendo poderes de investigação, a sessão promete os tumultos habituais de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Denise Abreu foi a primeira a confirmar presença. Já a participação de Zuanazzi foi cercada de mistério. Primeiro ele comunicou à assessoria de Perillo que não iria. Ontem, porém, mudou de idéia. Além de proteção pessoal, o ex-dirigente da Anac pediu, por meio de líderes do PT, para não ficar na mesma sala com Denise.
A idéia de Perillo é ouvir individualmente cada convidado. A proposta dos governistas é de que a ex-diretora seja a primeira a falar. Enquanto o Planalto abastecia seus aliados para defender Dilma das acusações, o PSDB e o DEM preparavam suas indagações. O alvo do debate será a ministra, mas os oposicionistas querem saber sobre a sucessão da dívida da Varig e a participação ilegal de empresa estrangeira na transação.