Divulgação/STF |
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A presidente da ANJ, Judith Brito entregou o prêmio Hector Magnetto e ao editor-geral Ricardo Kirschbaum. |
O jornal Clarín, da Argentina, recebeu na sexta-feira (27/5) o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa. A presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, justificou a escolha lembrando que o Clarín simboliza os problemas que a imprensa argentina enfrenta para exercer sua missão da melhor forma um jornalismo independente, de qualidade e não submisso a governos.
Judith citou Ruy Barbosa com a frase “jornais são os olhos e ouvidos de uma Nação”, na cerimônia realizada na sala de sessões da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, com a presença do presidente do STF, Cezar Peluso, e do ministro Ayres Brito, que relatou o processo que declarou inconstitucional a Lei de Imprensa de 1967.
Judith Brito convidou os filhos do recentemente falecido (16/03) vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Abril, Sidnei Basile, Juliano e Felipe para entregarem o Prêmio ANJ ao presidente do Grupo Clarín SA, Hector Magnetto e ao editor-geral Ricardo Kirschbaum. Segundo a presidente da Associação e os filhos do jornalista, antes de falecer Basile se manifestara motivado com a realização do evento na sede do Supremo, e era ferrenho defensor da liberdade de imprensa e de expressão.
O diretor-presidente do Clarín, Hector Magnetto, disse que na Argentina, hoje, importam as conexões e influências políticas e jurídicas, “mas a história me ensinou que para fazer democracia é necessário ter justiça independente e imprensa livre, e esse prêmio de hoje tem a ver com esses requisito básico: a liberdade”.
O editor-geral Ricardo Kirschbaum lembrou que receber o prêmio lhe deu orgulho porque a indicação veio de jornalistas que vivenciaram a repressão promovida pelos regimes militares e lutaram pela liberdade de expressão, lembrando-se do Clarín neste momento.
Kirschbaum apontou o descrédito em setores de jornalismo oficial ou vinculados, que tem trazido descrédito ao governo de Cristina Kirchner, cuja marca é o fervor por excluir mais do que incluir cidadãos. Os ataques à liberdade de imprensa e de expressão foram citados pelo editor-geral que afirmou ser prática “atacar o mensageiro sem ler a mensagem”, mas definiu seu espírito de luta ao informar que o compromisso está com seus filhos, em entregar um país melhor a eles.
Os premiados pela ANJ desde 2008 são o ministro do STF, Carlos Ayres Brito, em 2009 o deputado Miro Teixeira (PDT/RJ), e em 2010 a Sociedade Interamericana de Imprensa/ SIP.