O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou neste domingo que nada tem contra os empresários, que são essenciais para o progresso, “porém jamais foi tarefa da iniciativa privada resolver questões de desenvolvimento”. Ele afirmou defender estímulos do governo não para criar companhias que sejam campeãs nacionais, mas a setores, que têm maior desequilíbrio com a competição internacional, como petróleo e gás, saúde, complexo industrial do agronegócio e biotecnologia.
“O Brasil não vai sair dessa encalacrada sem um projeto nacional de desenvolvimento”, afirmou o candidato. Ciro voltou a defender neste domingo a revogação do teto de gastos já no começo do ano que vem, e a criação de novos tributos, entre eles, um para lucros e dividendos e outro para grandes heranças. No caso dos lucros, ele reforçou que apenas poucos países no mundo, como a Estônia, não cobram este tributo.
Ao falar da revogação do teto de gastos, Ciro disse que quem governou o Brasil nos últimos anos foi o “rentismo”. Por isso, o setor financeiro vai se mobilizar contra a revogação, alegando, segundo ele, a necessidade de equilíbrio fiscal e a sanidade das contas públicas. “Só tem chances [de revogação] se houver sólida mobilização popular.”
“O Brasil não vai sair dessa encalacrada sem um projeto nacional de desenvolvimento”, disse Ciro, ressaltando que o Brasil tem elevado déficit primário e dívida bruta de R$ 5 trilhões. O pedetista participou de sabatina no evento “Conhecer – Eleições Presidenciais” na Casa de Portugal em São Paulo neste domingo.
O candidato ressaltou em suas declarações que 55% do Orçamento público são despesas com juros, enquanto 29% são gastos com previdência, que em grande maioria se concentram em um grupo pequeno de privilegiados, como os magistrados. O teto, ressaltou Ciro, deixa livre os gastos com Previdência. Para o pedetista, governo de Michel Temer está mostrando uma “pseudoausteridade”.