O ex-ministro da Fazenda e candidato à Presidência em 2018, Ciro Gomes (PDT), reagiu nesta quinta-feira, 31, ao comentário do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre “um novo AI-5” se “a esquerda radicalizar”. Ciro afirmou que vai pedir para o PDT entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara pela cassação do mandato do filho “zero três” do presidente Jair Bolsonaro por quebra de decoro.
“Este bando de lunáticos está ultrapassando qualquer limite! Este tolete de esterco é mais perigoso com a mão suja do que exercendo um poder que pensa ter em seu deslumbramento de boçal”, atacou o pedetista em uma série de publicações em sua conta no Twitter.
O Ato Institucional nº 5 foi o mais duro instituído pela ditadura militar, em 1968, ao revogar direitos fundamentais e delegar ao presidente da República o direito de cassar mandatos de parlamentares, intervir nos municípios e Estados. Também suspendeu quaisquer garantias constitucionais, como o direito a habeas corpus. A partir da medida, a repressão do regime militar recrudesceu.
Em entrevista à jornalista Leda Nagle publicada nesta quinta-feira, Eduardo Bolsonaro afirmou: “Se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar dar uma resposta. E essa resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada via plebiscito, como ocorreu na Itália.”
“Vê aí na internet, seu m***, qual foi o destino do ditador italiano Benito Mussolini e recolhe tua viola!”, continuou Ciro. “E seguiremos exigindo das autoridades que esclareçam o envolvimento de vocês com as milícias e com dinheiro público desviado de seus gabinetes para o próprio bolso.”