O ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) comentou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ocorreu nesta quarta-feira, 12. Segundo nota divulgada em suas redes sociais, Ciro afirmou que “torce” para que o petista “tenha, enfim, provada sua inocência”. O ex-ministro, porém, também criticou o ex-presidente e atribuiu a ele o fato de o presidente Michel Temer (PMDB) estar no poder.
“Ninguém está acima da lei e imune ao alcance da Justiça, mas esta condenação acontece ante uma grande revolta dos simpatizantes de Lula, uma estranhíssima e patológica euforia dos que o odeiam”, diz a nota. Ciro falou, ainda, em “sentença sem uma prova cabal e simples”.
Potencial candidato à Presidência em 2018, Ciro não falou em eleições em sua nota. Afirmou que considera o ex-presidente “o grande responsável político pelo momento terrível pelo qual passa o País” e disse que “a ele, e somente ele, devemos a imposição de um corrupto notório na linha de sucessão do Brasil, o senhor Michel Temer”.
O ex-ministro lembrou que a sentença que condena Lula a 9 anos e seis meses de prisão foi dada pelo juiz Sérgio Moro um dia depois de o Senado aprovar o texto da reforma trabalhista. “Espero que seja só uma desagradável coincidência”, escreveu. Ciro chamou Lula de “o ex-presidente mais popular da história moderna do Brasil”, e afirmou que ele tem direito ao “devido processo legal”.
“Que ele recorra às instâncias superiores, que preserve a franquia democrática do devido processo legal e que – torço – tenha, enfim, provada sua inocência”, diz a nota.
Presidenciáveis
Ciro não é o primeiro presidenciável a comentar a condenação de Lula. Nesta quarta-feira, a também ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que a sentença mostra que “ninguém está acima de lei e da Constituição”.
Já o deputado federal Jair Bolsonaro, tecnicamente empatado com Marina em segundo lugar em recentes pesquisas de intenção de voto, chegou a dizer que “não estava vibrando nem comemorando a prisão de quem quer que seja”, mas confundiu a condenação com prisão – o juiz Sérgio Moro não decretou a prisão do ex-presidente.
Crítico do PT, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou que “justiça foi feita” e comemorou decisão do magistrado: “Viva Moro!”.