O pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) criticou nesta quinta-feira, 14, a intervenção federal do Rio de Janeiro, mas disse que a ação vem de um clamor popular e que um possível fracasso não deve ser atribuído aos militares, uma vez que eles não são treinados para combater o narcotráfico.

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Segundo ele, a intervenção federal foi uma medida eleitoreira do atual governo, numa tentativa de abafar o fracasso da reforma da Previdência no Congresso. Ciro Gomes lamentou o assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL), na noite desta quarta-feira, e classificou como uma tentativa de calar um símbolo de luta. “Essa intervenção corresponde a um interesse popular muito amplo e essa é a razão da malícia dessa iniciativa”, declarou a jornalistas durante um evento com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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O político lembrou de tentativas fracassadas de usar força militar no combate ao tráfico de drogas, como o México. Segundo ele, a intervenção é mal planejada, sem orçamento necessário e parte de um equívoco considerar que as Forças Armadas têm capacidade de atuar na segurança pública.

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“Na hora que entra esse aparato (militar), o crime organizado encolhe. O crime organizado sabe que tem que encolher, vai para outros Estados, encolhe um pouco, entrega bagrinhos para fazer a ficção de que as coisas estão funcionando, sabe que as Forças Armadas não têm orçamento para ficar mais que algum prazo de tempo. Isso já aconteceu no (Complexo do) Alemão, na (Complexo da) Maré. Eles vão sair. E vai voltar a ser tudo como estava”, disse Ciro Gomes.

O pré-candidato lembrou que os líderes do narcotráfico e das facções criminosas não estão nas favelas, mas sim em condomínios de luxo. Segundo ele, é possível usar o aparato de inteligência das Forças Armadas e da Polícia Federal contra o crime, fazendo um mapeamento do comando do narcotráfico e de organizações criminosas a partir de uma base federal, fora das esferas e regiões onde há influência desses criminosos. Ele lamentou, porém, que os orçamentos para a segurança estejam declinantes em todo o País.