O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, defendeu a realização de um plebiscito sobre a reforma da Previdência, caso o próximo governo não consiga solução para o impasse em torno matéria junto ao Congresso Nacional. Ciro destacou o Judiciário como exemplo de privilégios no sistema de aposentadoria que vão precisar ser feridos.
“A reforma da Previdência de que precisamos vai ter que ferir privilégios, principalmente os do Judiciário, que estão mandando e desmandando. No caso da Previdência, vou defender, sim (um plebiscito), se permanecer o impasse nos seis primeiros meses de governo. Temos que saber que o deputado não vota contra juiz nem aqui nem na Dinamarca”, justificou Ciro em debate promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS), em Brasília.
Ciro rejeitou elencar propostas para os seus primeiros 100 dias de governo, o que classificou como um “fetiche da imprensa”. No lugar disso, ele propôs um “grande debate” sobre as reformas que precisam ser feitas.
O candidato do PDT citou que um dos obstáculos para essas reformas são os lobistas, que atuam como grupos de pressão no Congresso.
“Não haverá esse fetiche sobre 100 dias de governo. O Brasil precisa dedicar os seis primeiros meses a um imenso debate sobre as reformas que precisamos fazer. Precisamos saber como não ter um presidente reformista sabotado pelo Congresso, que é o presidencialismo de coalização, como Fernando Henrique Cardoso chamava essa roubalheira institucionalizada tendo o presidente como cabeça de ferro”, afirmou Ciro. “Tudo que está errado no Brasil está porque há uma brutal distância entre o político que vai ao povo e o político que exercita esse mandato. Os lobistas atuam como grupos de pressão 24 horas por dia junto ao deputado”, disse.
Competição entre bancos
Ciro também voltou a dizer que usará a mão do governo para aumentar a competição entre os bancos no Brasil. “Vou entrar no governo forçando a mão na competição (entre os bancos). Estamos com a menor Selic nominal, mas a taxa de juros na ponta está em 41% ao mês”, criticou.
ICMS
O candidato do PDT também defendeu uma mudança na forma como a alíquota de ICMS é cobrada hoje. Ciro deu a entender ser contra o sistema de crédito na origem desse tributo. “Se nunca passou (mudança no ICMS) foi porque São Paulo nunca permitiu. São Paulo é quem ganha com ICMS no sistema de crédito na origem. Nossa proposta é fazer alíquota miúda (de ICMS) que vá descontando após 30 ou 40 anos”, afirmou.