Sentindo-se pressionado pelo PSB para desistir da corrida presidencial, o deputado federal Ciro Gomes (CE) desabafou hoje em seu blog pessoal. O parlamentar questionou o caminho tomado até agora pelo seu partido, mas reafirmou que cumprirá a decisão da legenda sobre o lançamento da sua candidatura ao Palácio do Planalto, seja ela qual for. Na próxima semana, Ciro se reunirá com lideranças do PSB para definir seu destino eleitoral.

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“A pouco mais de 60 dias do prazo final para as convenções partidárias, eu não consigo entender o que quer de mim o meu partido”, afirmou Ciro. “O que é o PSB? Um ajuntamento como tantos outros, ou a expressão de um pensar audacioso e idealista sobre o Brasil?”, questionou.

Ainda no texto, cujo título é “A história acabou?”, Ciro deu a entender que está descontente com a pressão que estaria sofrendo para deixar a disputa eleitoral. “Jamais imaginei, após trinta anos de vida pública, viver uma situação política como a em que me encontro”, queixou-se.

Em defesa da sua candidatura, o pessebista citou o seu desempenho nas últimas pesquisas de intenções de voto, nas quais figura em terceiro lugar, e criticou os partidos dos seus principais concorrentes na corrida eleitoral: o PT da ex-ministra Dilma Rousseff e o PSDB do ex-governador paulista José Serra. “A se dar crédito às pesquisas eleitorais, eu estaria falando por algo ao redor de 15 milhões de brasileiros”, lembrou.

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Ciro repetiu que levará sua candidatura até o fim dentro do PSB e acolherá a decisão do partido, mas fez um alerta: “Se for derrotado, respeito. Mas amanhã algum brasileiro mais atento dirá que alguns não se omitiram quando se quis tirar o povo da jogada.”

O deputado provocou ainda os adversários, afirmando que, diferente deles, não conta com a máquina pública a seu favor. “Não disponho de máquina como as portentosas estruturas do governo federal ou do governo de São Paulo”, afirmou.

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De acordo com Ciro, o cenário mais provável é de que as eleições presidenciais se transformem em “briga provinciana dos políticos de São Paulo”.