O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou calcular em cerca de R$ 1,4 mil a dívida por família que poderia participar de seu projeto de “limpar o nome” dos brasileiros no cadastro de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), medida que tem chamado atenção entre suas propostas. Em uma transmissão ao vivo no Facebook, o candidato rebateu críticas de seus adversários afirmando que não vai “tirar dinheiro do cofre do governo” para cumprir a promessa.
Ciro descreveu a proposta afirmando que haveria negociações das dívidas das famílias com as empresas que estiverem fazendo a cobrança, para que fossem dados descontos no caso de uma quitação. Os R$ 1,4 mil da conta, disse, é a dívida já com descontos. O próximo passo, segundo ele, seria envolver os bancos públicos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, no refinanciamento das dívidas com desconto. “Quando você vai no feirão, a Serasa dá desconto para quitar a dívida. Eu vou começar por aquele que me dá o maior desconto”, afirmou. “Pego, então, o Banco do Brasil e a Caixa, e vou ganhar dinheiro com isso. Eles vão ganhar dinheiro”, afirmou. “Se o banco privado se interessar por isso, dou uma afrouxadinha no compulsório”, acrescentou.
Na transmissão ao vivo no Facebook, ele conversa com candidatos pelo PDT a deputado federal, além de candidatos a governador e senador do partido por São Paulo.
A medida que propõe “limpar o nome” dos brasileiros tem sido alvo de críticas por parte de candidatos opositores. Em debate realizado na sexta-feira, 10, com assessores de diferentes candidaturas, a proposta de Ciro foi criticado sobretudo por Persio Arida, assessor econômico do tucano Geraldo Alckmin, que disparou contra o que chamou de “promessas irresponsáveis”, estimando que a proposta de Ciro teria um impacto superior a R$ 60 bilhões nas contas públicas.
Ciro rebateu as críticas afirmando que os recursos envolvidos no projeto são muito inferiores aos aplicados pelos últimos governos no refinanciamento de dívidas tributárias de empresas, no programa Refis.
O candidato do PDT criticou ainda o estabelecimento do teto de gastos, proposto pelo governo em 2016 via emenda constitucional, que congelou por 20 anos as despesas públicas. O crescimento dos gastos foi limitado à inflação do ano anterior. Para o pedetista, a medida é uma “aberração”. “Essa gente proibiu que se expanda o investimento por vinte anos. Tem que resolver isso, mas não é para afrouxar. Nos governos e cargos que ocupei, jamais gastei mais do que podia”, concluiu Ciro Gomes.