Ciro: desafio de Dilma é conciliar base heterogênea

O deputado federal Ciro Gomes (PSB-SP) votou em trânsito, pela manhã na Escola de Saúde Pública, em Fortaleza. Ciro disse que pretende amanhã mesmo transferir o domicílio eleitoral dele de volta para o Ceará. Ele havia mudado o título de eleitor para São Paulo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto aguardava na fila, ele aproveitou para elogiar a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, enaltecendo o talento dela para administrar. Ciro, no entanto voltou a dizer que ela é “inexperiente” na política. De acordo com ele, se eleita, Dilma terá como maior desafio conciliar uma base de sustentação heterogênea.

“A Dilma tem um talento muito grande como administradora. Isso eu já vi de perto. Ela é muito boa administradora. Tem intimidade com as coisas todas. Sabe produzir resultados e isso é uma coisa que a administração pública brasileira se ressente muito. Entretanto, a ela falta experiência, a vivência política, o que me deixa sempre com algumas preocupações. E a heterogeneidade da sua base de sustentação é disparado o mais grave desafio”, declarou.

Para resolver essa questão, Ciro disse que Dilma precisa se colocar acima dessa heterogeneidade, que, segundo ele, é inerente à vida brasileira atual, uma hegemonia moral e intelectual clara. Ele afirmou que foi convidado por Dilma para acompanhar a apuração no comitê central da presidenciável petista, em Brasília. Mas não vai, alegando que está “com preguiça”. “Vou ficar por aqui mesmo”, emendou.

Sobre a possibilidade de assumir algum ministério em um eventual governo de Dilma, ele preferiu a cautela: “Vamos ver primeiro se ela ganha. Essa é uma pergunta irrespondível, porque se eu digo a você que sim estou correndo o risco de me oferecer para uma coisa do que fui convidado. Se digo que não, estou correndo o risco de ser soberbo diante de uma convite que não recebi. Então fica sem resposta.”

Ciro classificou de “fofoca” a notícia de que ele assumiria alguma estatal e pôs culpa no presidente Lula. “Quem andou espalhando essa fofoca foi o próprio Lula. O bicho não tem jeito não. Mas foi uma forma de brincar comigo. De me agradar, porque toda vida no meio da crise do tal chamado mensalão, a gente tinha tensões tremendas e tal, e o salário do ministro é muito pequeno, claro em relação ao que eu ganho, por exemplo, numa palestra, em relação ao que o trabalhador ganha, evidente que não. Mas eu reclamava. Isso é lá vida, a gente está aqui com um salário desse. Ai eu dizia: bom é o BNDES, que o cara não tem de falar com ninguém. Ficar olhando a Baia de Guanabara. Ai ele começou a espalhar isso”, revelou Ciro, garantindo não ter recebido nenhum convite.

Com relação ao futuro político, depois de encerrar o mandato de deputado federal, Ciro afirmou que pretende dar um tempo. “Não sei se vou conseguir porque eu não estou na política por mim. Eu estou por mim, porque é minha vocação, o que sempre me realizou, mas sempre estive mais pelo Ceará. Alguns momentos eu queria estar fora e fiquei dentro por causa dos interesses do Estado do Ceará e do Brasil. Eu espero, desta feita, dado que o Ceará tem uma nova liderança e uma liderança que já se demonstrou muito capaz que é o Cid, eu posso dar um tempo agora da política e cuidar um pouco da minha vida pessoal”.

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