Apesar da oposição

Cinco medidas do pacotaço de Richa são aprovadas na Assembleia

Cinco medidas do pacotaço de Richa são aprovadas na Assembleia
Cinco medidas do pacotaço de Richa são aprovadas na Assembleia. Foto: Albari Rosa

Os deputados da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovaram nesta segunda-feira (19) em segunda votação cinco projetos de lei do novo pacotaço enviado pelo governo Beto Richa (PSDB). As medidas propostas pelo Executivo tratam de vários ajustes administrativos e fiscais. Após a aprovação, foram discutidas as emendas apresentadas aos projetos. O presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), convocou uma sessão extraordinária para que as iniciativas fossem apreciadas em redação final, o que, na prática, é uma mera formalidade. Depois desta etapa, os projetos seguem para sanção do governador.

Apesar do esforço da oposição e da bancada independente, que se uniram para barrar as iniciativas, o projeto que dispõe sobre o processo administrativo fiscal e o conselho de contribuintes e recursos fiscais passou por 31 votos a 13, com oito emendas aprovadas; o que institui a taxa de controle e monitoramento de recursos hídricos e minerais por 28 votos a 19, com três das 52 emendas aprovadas; o que autoriza o Executivo a vender ações da Copel e da Sanepar por 29 votos a favor e 17 contrários; o que dispõe sobre a base de cálculo do ICMS de origem em outra unidade federada e sobre a cessão do usufruto foi aprovado por 31 votos a 11 e, por último, o que dispõe sobre a prestação de serviços da Cohapar passou por 32 a 12, com uma emenda. Uma das iniciativas apresentadas pelo governo – a que dá desconto no IPVA para locadoras de veículos – ficou para trás e será analisado e votado em separado.

Mais de 150 emendas foram apresentadas aos seis projetos que integravam originalmente o pacotaço e estas foram analisadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo apenas em parte acolhidas pelo Plenário.

Apesar da aliança dos contrários ao pacotaço, no início da sessão, o deputado Nelson Luersen (PDT), da bancada independente, admitiu que a bancada governista teria os votos necessários para aprovar as medidas. “Eu entendo que o pacote todo deveria ser extinto. Eu lamento que toda vez que aperta o cinto do governo você aumenta os impostos”, disse.

Para Luersen, as ações da Copel e da Sanepar não deveriam ser vendidas no momento. “É um momento bom para comprar ações, pois elas estão desvalorizadas”, disse o deputado.

Para o deputado Péricles de Mello (PT), as emendas apresentadas ao projeto “melhoram, mas não resolvem”. “O governo está se desfazendo de ações de empresas estratégicas”, disse. Para o parlamentar, os maioria problemas no pacotaço do governo são a falta de transparência e a centralização do poder nas mãos do secretário da Fazenda.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), na tribuna, rebateu os argumentos da oposição e disse que o dinheiro do pacotaço será usado para construir escolas e não para pagar comissionados. “Não está em jogo vender Copel, nem Sanepar”, disse Romanelli.

Os projetos foram aprovados em primeira votação na última segunda-feira (12).

OAB-PR recomendava a rejeição dos projetos

Em nota divulgada nesta segunda-feira, a Ordem dos Advogados do Paraná – Seção Paraná (OAB-PR) recomendou que os deputados rejeitassem as medidas incluídas no pacotaço por inconstitucionalidades e “evidente prejuízo ao patrimônio público e à sociedade”. O texto critica a tramitação das iniciativas no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Segundo a entidade de classe, as objeções apontadas pela própria OAB sequer foram objeto de debate na comissão.

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