Cientista político diz que CPIs são ?alarme?

Brasília – O cientista político Fernando Abrúcio, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), avalia que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) devem funcionar como um ?alarme de incêndio?. Ele explicou que ?elas devem começar o jogo, e não tentar terminá-lo?, devendo ter prazo máximo de três meses para funcionar. Depois disso, ele diz que as investigações ?se tornam mais corretas e profundas? no âmbito do Ministério Público. Uma vez iniciado o ?alarme?, acrescenta Abrúcio, as CPIs deveriam buscar soluções e mudanças legislativas.

Na opinião do professor, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios alarmou, mas teve uma duração longa demais. ?Como outras, ela errou ou pecou. Durou demais, tentaram [os parlamentares] fazer todo o processo de investigação e, no meio do caminho, falharam e partidarizaram a investigação?, comentou.

Durante 11 meses, 64 congressistas entre senadores, deputados e suplentes estiveram envolvidos na investigação das denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Na semana passada, o relatório final foi entregue à Procuradoria Geral da República e ao Tribunal de Contas da União. O documento também foi entregue à Polícia Federal e à Secretaria da Receita Federal. Caberá a estes órgãos decidir se acolhem as sugestões de indiciamento e os pedidos de investigação contidos no relatório.

Com as investigações das CPIs dos Correios, dos Bingos e dos chamados ?mensalão? e ?mensalinho?, a pauta do Congresso Nacional ficou trancada. O Orçamento Geral da União para 2006, por exemplo, foi votado na semana passada depois de quase quatro meses de atraso.

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