O governador Roberto Requião (PMDB) quer um representante da região de Maringá para ocupar a secretaria da Indústria, Comércio e Mercosul, em substituição a Luiz Mussi, que pediu demissão do cargo na sexta-feira passada. O primeiro nome na lista do governador é o da deputada estadual Cida Borghetti (PP), que acaba de recusar a vice-liderança do governo na Assembléia Legislativa, justificando que não pode acumular o cargo com a liderança da bancada do PP na Assembléia. A vice-liderança acabou ficando com o peemedebista Mário Bradock.
A indicação da deputada do PP foi uma idéia apresentada ontem pelo governador durante uma reunião no Palácio Iguaçu com o líder do governo na Assembléia Legislativa, Dobrandino da Silva, e o líder da bancada do PMDB, Antônio Anibelli. Além de contemplar um desejo pessoal de Requião – Cida colaborou como publicitária em campanhas eleitorais do governador, que já a convidou várias vezes para ingressar no PMDB – o convite a Cida Borghetti também serve para amarrar o apoio da bancada do PP que dá sustentação ao Palácio Iguaçu, na Assembléia Legislativa.
Além de Cida Borghetti, Requião também cogita um convite ao presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná, Jefferson Nogaroli, que também é de Maringá. "Trata-se de uma região importante para o governo, que já tem gente de Cascavel, Ponta Grossa e Londrina. Maringá ainda não tem ninguém", afirmou o líder do governo. Para Dobrandino, o momento deve ditar o critério de preenchimento da vaga de Mussi. "Agora é hora de fazer composição. Um partido que vai ajudar na governabilidade é importante", disse o líder do governo.
O convite ao empresário e vice-presidente nacional do PTB, Flávio Martinez, cuja indicação havia sido sugerida por Mussi, foi descartado pelo governador. O empresário não é unanimidade no PTB, enfrentando resistências na ala ligada aos irmãos deputados Carlos e Íris Simões.
A princípio, Cida Borghetti não tem vetos. Ela é casada com o deputado federal Ricardo Barros (PP), com quem o governador não tem muitas afinidades, mas estes laços não têm interferido na opinião de Requião sobre a deputada.
Além da Secretaria da Indústria, Comércio e Mercosul, o governo também já começou a pensar em um nome para a Casa Civil, se o atual titular do cargo, Caíto Quintana, for indicado por Requião para concorrer a uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas. Ontem, Dobrandino confirmou que Requião estuda a possibilidade de chamar Iatauro para a Casa Civil. Nesse caso, o conselheiro anteciparia sua aposentadoria, prevista para março de 2006, abrindo espaço para indicar Quintana no Tribunal de Contas.
Bradock foi escolhido por Dobrandino para dividir com o petebista Jocelito Canto uma das duas vice-lideranças do governo. No início do governo, Bradock andou tendo algumas desavenças com o governador, mas agora aceitou defender o governo em plenário. "Com o Bradock é assim. É no amor ou na pistola", brincou Dobrandino, referindo-se à profissão de delegado exercida pelo peemedebista.