O governador Roberto Requião (PMDB) ainda espera uma resposta da deputada estadual Cida Borghetti, líder do PP na Assembléia Legislativa, ao convite para ocupar a secretaria da Indústria, Comércio e Mercosul, no lugar de Luiz Mussi. Desde que foi consultada no início da semana passada, a deputada já conversou duas vezes com Requião – o segundo encontro foi ontem no Palácio Iguaçu – mas ainda não decidiu se aceita o cargo.

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A insistência do Palácio Iguaçu em levar Cida Borghetti para o primeiro escalão do governo e a paciência com que o governador vem aguardando Cida se decidir foi explicada ontem pelo secretário especial de chefia de gabinete, Vanderlei Iensen. "Maringá é um município importante para o governo e viria a acrescentar muito. A deputada tem prazo especial para se decidir", afirmou Iensen, acrescentando que Requião espera obter uma resposta de Cida até o final da semana.

Na prática, Requião quer um reforço numa região onde são sólidas as bases eleitorais dos prováveis adversários do PSDB e PDT na sucessão estadual do próximo ano.

Outra situação que tem contribuído para a tentativa de atração do PP para o governo é a aproximação entre setores do partido e o grupo que prepara a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo. O PP já é visto como um dos possíveis aliados de Osmar na campanha eleitoral de 2006.

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Ontem, Cida Borghetti reforçou as dúvidas do Palácio Iguaçu ao citar que em seu grupo de apoio existe uma dúvida sobre de que lado o PP vai estar na eleição do próximo ano. E que isso também estava influenciando na decisão dela. "Preciso tomar uma decisão pensada e ponderada", afirmou a deputada.

No final de semana, Cida reuniu um grupo de vinte e cinco pessoas próximas ao seu mandato para discutir o convite para ser secretária. Segundo Cida, a base está dividida e ela iria se reunir ontem com o presidente estadual do partido, deputado federal Dilceu Sperafico, para ouvir a opinião da cúpula do PP.

Troca

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Cida não é a única que está devendo uma resposta ao governador. Ontem, Iensen confirmou que o governo está esperando que o secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, decida se pretende pleitear a indicação para a vaga no Tribunal de Contas, num arranjo com o conselheiro Rafael Iatauro, que pode antecipar sua aposentadoria, prevista para março de 2006.

Segundo o assessor especial de chefia de gabinete, as conversas estão "andando bem" e falta apenas uma decisão final. Iensen comentou que se Quintana resolver postular a indicação, Iatauro assumiria seu lugar na Casa Civil. Iatauro não confirma ainda, mas estuda uma candidatura a deputado federal em 2006.