A oposição desperdiçou energia ao responder ao pronunciamento do governador Roberto Requião (PMDB) sobre os cortes nas verbas da Secretaria de Comunicação Social para fazer a propaganda institucional do governo. O alvo da advertência feita pelo governador na sessão de abertura dos trabalhos legislativos, na quarta-feira passada, foi a bancada governista. Para o governador, a mudança ao orçamento deste ano somente foi possível porque, além de estimular o corte dos recursos, os deputados aliados ainda votaram a favor da proposta em plenário.
Poucos dias antes do final do recesso, no dia 15, o governador chamou os deputados da base de apoio ao Palácio Iguaçu, onde manifestou todo o seu desagrado com a posição do grupo durante a votação do projeto do orçamento, no ano passado. A Assembléia Legislativa aprovou uma emenda retirando recursos da Comunicação e restringindo a publicidade nas autarquias e empresas da administração direta, como Detran, Copel e Sanepar.
Conforme a emenda, os recursos para publicidade nesses órgãos e empresas seriam concentrados na Comunicação Social, que teve sua dotação reduzida de R$ 26 milhões para R$ 16 milhões. Segundo relatos, o governador disse aos deputados, durante a conversa no Palácio Iguaçu, que sabia que o objetivo deles era atingir o secretário da Comunicação Social, Airton Pisseti. Mas que, na prática, o atingido foi o governo que teve restringida a divulgação de suas obras.
Para o governador, a responsabilidade pela mudança do orçamento foi de sua própria bancada. Além de ser maioria em plenário, os peemedebistas e aliados também controlam a Comissão de Orçamento, onde são analisadas as emendas de todos os deputados e aprovadas aquelas que integram o texto submetido ao plenário. Ou seja, se os peemedebistas quisessem preservar o orçamento da Comunicação, poderiam ter tomado as providências já na comissão.
A relação dos deputados da base aliada com o secretário de Comunicação Social nunca foi das melhores. Mas o governador sempre deu sustentação ao seu secretário, inclusive tomando seu partido quando houve um desentendimento entre Pisseti e o ex-secretário da Indústria e Comércio Luis Mussi.
