O líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), rebateu nesta quarta-feira as críticas da oposição segundo as quais as Medidas Provisórias votadas nesta semana na Casa vão caducar por problemas na base de governo. Tanto a MP 605, que trata de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), quanto a 601, que desonera a folha de pagamento de vários setores, não serão votadas no Senado por não haver um prazo mínimo de apreciação das matérias estabelecido pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A vigência das duas MPs termina na próxima segunda-feira, dia 3.
“Eu, na política, trabalho com várias hipóteses. A única que eu não trabalho é a oposição defendendo o governo. Até porque ela deixaria de concluir um papel fundamental”, disse Chinaglia. O líder do governo minimizou os atritos na base. “Com obstrução da oposição, nós da base na Câmara votamos quatro Medidas Provisórias em sete dias, além de um projeto de lei”, justificou. Além das MPs 605 e 601, aprovadas nesta terça-feira, 28, o plenário da Câmara votou duas outras Medidas Provisórias na semana passada: a 600 e a 597. Elas tratam de novas fontes de recursos para a Caixa (além de outros temas) e da isenção de Imposto de Renda para trabalhadores na participação nos lucros e resultados, respectivamente.
Na avaliação de Arlindo Chinaglia, o fato de as lideranças do governo na Câmara e no Senado terem encontrado uma alternativa para o impasse acerca da MP 605 é uma demonstração de que a base atua de forma unida. “É uma forma, na minha opinião, da oposição jogar a responsabilidade para a base. Nós (da base) estamos demonstrando mais uma vez, estamos produzindo soluções”. Mais cedo as lideranças governistas nas duas Casas decidiram incluir a íntegra do conteúdo da MP 605 aprovado na Câmara em outra Medida Provisória em tramitação no Congresso, a MP 609, que desonera os produtos da cesta básica.