O deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) informou hoje que o governo federal tem atuado na Câmara para evitar paralisações em votações e que o PR terá o espaço que achar necessário para dialogar com o Palácio do Planalto. A ameaça do PR de deixar a base aliada do governo federal, decisão que será anunciada amanhã, criou um novo racha no grupo de apoio à presidente Dilma Rousseff.
O PR foi o principal afetado pela “faxina” feita pelo governo no Ministério dos Transportes, no qual ao todo deixaram os cargos 27 servidores. “O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, têm tido contato com todos os partidos da base aliada a partir de evidências de que algumas votações deram uma paralisada”, afirmou.
Chinaglia saiu em defesa do PR e disse ser contra generalizações. “Eu acho que nem o PR está defendendo nada de errado no governo federal, assim como o PMDB não está defendendo nada de errado no governo federal”, disse o parlamentar, ao chegar em um hotel da capital paulista, onde ocorre reunião para estabelecer as bases do Instituto Lula. “Não pode haver generalização, porque pode existir em qualquer partido episódios que não correspondem ao que o governo federal quer que aconteça”.
O deputado ressaltou que, “do jeito que as coisas estão”, tem se nivelado dentro do PR pessoas envolvidas ou não nos escândalos de corrupção. “Enquanto não houver investigação, conclusão ou direito de defesa, do jeito que as coisas estão, qualquer um que tenha ligação ou representação no PR fica no mesmo nível daquele que, porventura, tenha cometido o erro”, criticou.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também presente no encontro em São Paulo, minimizou a crise na base aliada do governo Dilma e considerou que esses tipos de impasses “fazem parte da dinâmica do Parlamento”. “A governabilidade vai bem, nós temos uma base bastante numerosa e fiel. Basicamente todos os projetos que o Poder Executivo apresentou ao Congresso Nacional no primeiro semestre foram aprovados”, lembrou.