O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), está reunido, no fim da tarde desta segunda-feira (17), com os líderes do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), e do PSDB, deputado José Aníbal (SP), em busca de um acordo para resolver o impasse nas votações das medidas provisórias (MPs). O DEM e O PSDB começaram hoje a obstruir a votações de MPs. "Vamos obstruir até que se chegue a um acordo que dê um horizonte para as votações de matérias de interesse do Congresso. Com as medidas provisórias, estamos sob o domínio do Executivo", disse Aníbal.
ACM Neto afirmou que a posição do DEM é clara: o governo deve parar de editar MPs até que seja aprovada a proposta de emenda constitucional que altera a tramitação de medidas provisórias, em discussão numa comissão especial da Câmara. "Enquanto a nova proposta não valer, o governo não pode editar medidas provisórias", disse o líder do DEM.
Na sessão deliberativa desta segunda da Câmara, não houve quórum. Pouco antes das 17 horas, apenas 153 deputados haviam registrado presença, o mínimo necessário é de 257. Chinaglia desistiu de convocar uma nova sessão para hoje por constatar que o número de deputados continuaria insuficiente para se realizar uma votação. O presidente da Câmara afirmou que pretende promover na terça-feira (18) uma reunião de todos os líderes partidários para tentar encontrar uma saída.
O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), da base aliada ao governo, propôs hoje um acordo que permitisse a votação das MPs que já estão tramitando no Congresso. Em troca, o governo ficaria 30 dias sem editar MPs. "O governo dá uma trégua de 30 dias. É razoável. E nós limparíamos a pauta", disse. O líder do PR já procurou Aníbal para tentar um entendimento.