Escalado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para rebater as acusações feitas pelo doleiro Alberto Youssef, o deputado Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara durante o período em que Paulo Roberto Costa foi nomeado diretor de Abastecimento da Petrobras, apresentou dados que negam trecho do depoimento do doleiro.
À Justiça Federal do Paraná, Youssef disse que Lula cedeu à pressão de partidos aliados para a nomeação de Costa e que antes da indicação a pauta do Congresso foi travada por três meses.
Segundo Chinaglia, nos três meses que antecederam a nomeação de Youssef, a Câmara votou 4 projetos de emendas à Constituição, 37 medidas provisórias, três projetos de lei, oito projetos de decreto legislativo, 8 projetos de resolução. O Senado, no mesmo período, votou 35 medidas provisórias, 11 projetos legislativos, 55 projetos de decreto legislativo, um projeto de resolução e 259 requerimentos de informações e auditorias. “Isso demonstra que qualquer depoimento tem que ser verificado”, disse o deputado.
Chinaglia lançou dúvidas sobre as intenções do juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo. “Chama muita atenção que em um período de eleição, apesar da determinação do STF e PGR para que o processo corra em sigilo, um juiz de primeira instância chame dois depoentes e divulgue (o teor) de forma seletiva sem o devido direito de resposta, atingindo pessoas e instituições. Não acredito que ele queira ser cabo eleitoral mas parece que quer ser”, disse Chinaglia.
Segundo ele, a bancada do PT vai procurar o ministro Teori Zavaski, responsável pelo processo no STF, e o procurador geral da República, Rodrigo Janot, para estudar a possibilidade de tomar providências em relação à divulgação dos depoimentos.