Os chefes das Controladorias Regionais da União decidiram colocar o cargo à disposição após a polêmica envolvendo o novo ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira. De acordo com o chefe da seccional do Rio Grande do Sul, Cláudio Moacir Marques Corrêa, o trabalho desempenhado depende da confiança adquirida junto a parceiros como a Polícia Federal e o Ministério Público. O entendimento é de que esta confiança fica minada com a permanência do ministro na pasta.

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“A questão principal é a confiança que a gente precisa ter para trabalhar com parcerias. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal são parceiros consagrados do nosso trabalho, e agora temos receio da interferência política nesse trabalho. Se não houver confiança desses parceiros, o trabalho fica prejudicado”, disse Corrêa ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Em novas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e exibidas neste domingo, 29, pela TV Globo, o ministro Fabiano Silveira faz críticas à Operação Lava Jato, além de orientar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre formas de enfrentar as investigações.

Corrêa explicou que os 26 chefes regionais resolveram entregar os cargos em conjunto. A decisão em bloco, segundo ele, foi tomada depois de manterem conversas ao longo do dia pelo WhattsApp. A medida é uma forma de pressionar o governo do presidente em exercício, Michel Temer, a mudar o comando do Ministério da Transparência, antiga Controladoria Geral da União (CGU).

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O Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical) também defendeu segunda-feira, 30, em nota divulgada à imprensa, a exoneração de Fabiano Silveira. Segundo o sindicato, o ministro “demonstrou não preencher os requisitos de conduta para estar à frente de um órgão que zela pelo combate à corrupção”.

Se o governo decidir pelo afastamento do ministro, os chefes regionais podem voltar atrás na decisão. “Vamos aguardar até o final do dia e ver qual atitude tomar”, disse Corrêa. Segundo ele, todos os chefes regionais são funcionários de carreira e cumprem mandato de chefia que pode durar até quatro anos. Em agosto, Corrêa completa três anos na função. Ele está na Controladoria Regional da União no RS desde 1994.

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Corrêa ainda comentou que, além dos chefes regionais, outros servidores com algum posto de gestão também estão colocando os cargos à disposição. No Rio Grande do Sul, os quatro chefes de setor que estão abaixo de Corrêa tomaram esta decisão.