A Controladoria-Geral da União (CGU) ajudará a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na apuração das operações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, inclusive se for necessário maior aprofundamento de investigações de contratos, disse hoje o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage.

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“Tudo que for denunciado pela imprensa com o mínimo de consistência, como sempre fazemos, tratamos de aprofundar as investigações. Se for instalada uma CPI e a CPI solicitar um maior aprofundamento, sem dúvida nenhuma será feito, como tem sido”, disse Hage a jornalistas, após participar da abertura da Primeira Conferência Anual de Alto Nível da Parceria Para Governo Aberto, onde estiveram a presidente Dilma Rousseff e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton.

“Tudo que a CPI vier nos solicitar será atendida, como todas as CPIs anteriores foram pela CGU”, disse o ministro. Conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo no último sábado, a CGU já apontou irregularidades em obras da Delta Construções, cujos sócios e executivos são suspeitos de ter conexões com o grupo de Cachoeira.

Auditorias do órgão, responsável pelo controle interno do governo federal, listam pagamentos ilegais, indícios de superfaturamento, execução de serviços de baixa qualidade e diversos outros tipos de impropriedade em contratos da empresa, fiscalizados a partir de 2007.

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“As auditorias da CGU desses contratos antecedem muito ao momento que se refere ao escândalo que imagina que seja Cachoeira e Demóstenes. Espero que não se torne apenas escândalo Delta, mas sim que tenha toda a amplitude que corresponde aos possíveis envolvidos de todos os lados”, disse o ministro.

Na avaliação de Hage, apesar do escândalo Cachoeira e todos os seus desdobramentos – pelos governos de Goiás e do Distrito Federal, por exemplo -, o Brasil não vive uma situação grave de corrupção.

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“O Brasil não vive hoje uma situação de extrema corrupção comparado com qualquer outro período da história do Brasil, nem com qualquer outro País. O Brasil vive uma situação de extrema transparência nas suas atividades, vive um período de intensificação das investigações e da descoberta da corrupção que sempre existiu. Ou alguém tem dúvida disso?”, disse.

O ministro disse ainda que o governo prepara um decreto para regulamentar a Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor no dia 16 de maio. O texto deverá tirar dúvidas de órgãos públicos, como por exemplo o início da contagem do prazo de resposta do pedido de informação quando houver recurso à CGU e sobre o encaminhamento de pedidos feitos em superintendências regionais de órgãos públicos.