Três vezes prefeito do Rio, vitorioso em quatro eleições na capital em 16 anos, Cesar Maia começou hoje a encerrar seu ciclo político na cidade sob hostilidade em sua seção eleitoral e reconhecendo que sua candidata, Solange Amaral (DEM), já fora eliminada.
“Temos pesquisas que indicam o Eduardo Paes (PMDB) em primeiro com 21 pontos e larga margem para o (Fernando) Gabeira (PV) sobre o (Marcelo) Crivella (PRB), de 17 a 10”, revelou, no Hotel Intercontinental, onde votara. A perspectiva de derrotar Maia animou o ator Ricardo Petraglia, que votava em urna próxima a hostilizá-lo. “Graças a Deus vamos ficar livres do senhor, porque foi o pior prefeito que o Rio já teve”, gritou. Solange rebateu. “Você está querendo palco”, disse. Maia também reagiu. “É graças à democracia que você pode se expressar”, respondeu
O incidente foi parte do clima de fim de festa que envolveu Maia e seu grupo político desde que ficou claro que sua administração envolvida pela rejeição centrada sobretudo na classe média, não faria o seu sucessor e sofreria sua maior derrota política na prefeitura da capital. O resultado será ruim para quem, como o prefeito, fala em disputar o governo fluminense ou o Senado em 2010 e já foi considerado um dos principais líderes nacionais e formuladores do PFL/DEM.
A ponto de, após o naufrágio pefelista em 2006, conseguir emplacar, como presidente dos Democratas, nova denominação do PFL, o filho, deputado Rodrigo Maia (RJ). Mas o prefeito não se altera com as críticas
“Em muito pouco tempo vão descobrir que fui apenas um fundador na política”, diz o prefeito, em tom de despedida e rebatendo críticas por sua prioridade à internet e por suas mudanças ideológicas.”Como disse Churchill ao trocar do partido Liberal para o Conservador: ‘Troquei de partido, não de princípios.’