O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró não respondeu aos questionamentos dos deputados da CPI da Petrobras, nesta segunda-feira, 11, em Curitiba – sede da Operação Lava Jato onde a Comissão Parlamentar de Inquérito se instalou para ouvir pelo menos 13 alvos da investigação sobre corrupção na estatal petrolífera.

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Um grupo de parlamentares desembarcou na capital do Paraná para dois dias de interrogatórios. Cerveró é acusado de controlar a diretoria de Internacional, cota do PMDB no esquema de cartel e corrupção na Petrobras.

O operador de propina do PMDB Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, também não vai falar.

“Vou recorrer ao direito de permanecer em silêncio atendendo às orientações dos meus advogados de defesa”, afirmou Fernando Baiano.

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Cerveró e Baiano são dois alvos centrais no susposto recebimento de propinas por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – referente a contratos de aluguel de sondas de perfuração em águas profundas.

O deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) foi interrompido pelo advogado David Teixeira de Azevedo, que defende o operador de propina do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano.

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“O senhor não me dirija a palavra. O senhor pode falar com o seu cliente, não com os parlamentares”, advertiu Lorenzoni.

O criminalista interrompeu o deputado para que ele não “exortasse” a figura de Baiano em suas falas. O deputado alertou o investigado que uma delação premiada poderia dar a ele situação mais confortável do que a que ele se encontrava. Alguns parlamentares chegaram advertir o advogado que ele poderia ser preso por desacato.

Góes

Acusado de ser um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços – cota do PT no esquema de corrupção da Petrobras -, Mário Frederico Góes vai permanecer calado diante dos deputados da CPI.

Góes foi sócio em uma lavanderia e na compra de um jato do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco. Ele é acusado de operar propina para sete empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato: Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Setal e UTC.

Pelo menos R$ 39,7 milhões foram pagos por essas empresas para a firma de consultoria do lobista, entre 2008 e 2014, por supostos serviços de consultoria, a Riomarine Empreendimentos Marítimos. A empresa foi aberta em 1987 quando era presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena). Ele foi sócio de Barusco – um dos delatores da Lava Jato que recebeu US$ 97 milhões em propinas – a JPA Lavanderia Industrial Ltda, com sede no Rio, entre 2006 e dezembro de 2014, formalmente até 2009 e, depois, por meio da família.

Mesmo diante do silêncio do interrogado, os deputados da CPI da Petrobras, que ficarão em Curitiba – sede da Lava Jato – decidiram fazer perguntas ao alvo.