Cerca de 30 brasileiros reuniram-se no início da tarde deste domingo, 15, diante do Obelisco, tradicional local de protestos em Buenos Aires. Por volta das 15 horas, quando o grupo atingiu o quórum máximo, o Hino Nacional foi cantado ao lado da bandeira argentina, que tremula perto do monumento. Sem adesão suficiente ou ânimo para promover os tradicionais cortes na Avenida 9 de Julho, o ato transcorreu pacificamente e não chamou atenção dos argentinos, já acostumados a manifestações de todo tipo no local.

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“Não quero a saída da Dilma, nem impeachment. Só quero que a verdade venha à tona”, afirmou Juliana Pereira Moreira, 42, de Brasília, que chegou à Argentina para morar um ano com o marido e usava, assim como algumas amigas, uma camiseta amarela com letras em verde com a inscrição “fora corruptos”.

Segundo ela e amigos que estiveram no protesto, houve confusão em relação ao horário e local da mobilização na Argentina, o que impediu uma aglomeração maior. Algumas páginas no Facebook falavam que seria ao meio-dia, outras marcavam para as 15 horas. A Casa Rosada também era um local de concentração apontado.

Quando o grupo principal já tinha se dispersado, chegaram ao Obelisco três estudantes de Medicina da Universidade Aberta Interamericana (UAI). O trio, que tinha visto uma convocação para as 16 horas na internet, reclamava da valorização do dólar no Brasil, que torna a vida em Buenos Aires mais cara. Mas apresentava outras razões para criticar o governo de Dilma Rousseff. “Vim estudar na Argentina porque não tive oportunidade no Brasil. O que pago para viver durante um mês aqui seria só o valor da mensalidade do curso no Brasil”, disse Miguel Ramirez, de 26 anos, de Minas Gerais.

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Seu colega Tiago Apel, também de 26 anos, tinha como alvo “o aumento da gasolina, dos impostos e o escândalo na Petrobras”. “Não acho que seja um protesto de classe média alta, como dizem. O Brasil está unido contra tudo isso tudo”, afirmou. O terceiro estudante, Maicon Dantas, apontou um objetivo apenas para usar o cachecol verde-amarelo na tarde ensolarada de ontem na capital argentina. “Quero que a Dilma saia.”

Brasileiros que faziam turismo na região lamentavam não ter ficado sabendo da manifestação. “Se soubesse, teria vindo antes. Mas gostaria mesmo é de estar no Brasil participando”, afirmou Sandra Souza, de Goiânia, que acompanhava por celular os atos nas capitais brasileiras e se surpreendeu com as fotos de multidões.

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