O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), está "sofrendo perseguição política". É o que afirmou nesta sexta-feira (30) o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Eleno Bezerra, em comunicado enviado à imprensa. A manifestação de solidariedade ao ministro se deve após a recomendação feita ontem pela Comissão de Ética Pública da Presidência para que Lupi se afaste do cargo da presidência do PDT. Na avaliação da comissão, a ocupação simultânea de um cargo público e da direção de um partido compromete a "necessária clareza de posições de autoridades públicas".
Ainda na nota, o presidente da CNTM exaltou o "comportamento ético, exemplar e incontestável" do ministro e disse que suas ações sempre foram pautadas de "forma transparente". Eleno Bezerra vai além, ao afirmar que o pedido da Comissão de Ética Pública "parece ser direcionada com viés político", com o "único" objetivo de atingir Lupi.
Em nota conjunta, os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (que é deputado federal pelo partido de Lupi), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, e da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGBT), Antonio Neto, sustentaram que não há "nenhuma incompatibilidade" no exercício simultâneo de ministro e presidente de partido.
Os presidentes da Força, da UGT e da CGBT também bateram na tecla de que Lupi está sendo alvo de perseguição. "Consideramos que a decisão da Comissão de Ética Pública está eivada de interesses políticos inconfessáveis", destacaram, por meio do comunicado. Paulinho, Patah e Antonio Neto ainda afirmaram que o pedido de afastamento de Lupi da presidência do PDT foi uma "ação política". E chamaram a atenção do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT): "(A ação da comissão) deve ser objeto de atenção do presidente Lula, a quem está vinculada, e merece, da parte dos trabalhadores, uma crítica apurada e contundente".